Depois de receber a notícia da morte do irmão por complicações provocadas pelo coronavírus, uma policial civil invandiu o Hospital da Baleia, na região Leste de Belo Horizonte, para ver o corpo do ente querido. Conforme a unidade, a mulher estava armada e precisou ser contida por policiais militares. A servidora foi encaminhada para a delegacia, onde prestou depoimento. Já o hospital informou que nenhum funcionário foi agredido pela policial.
O irmão da investigadora tinha 45 anos e foi encaminhado pela UPA Leste ao hospital no dia 20 de junho, com sintomas como dificuldade para respirar, tosse, febre e dores musculares. No dia seguinte, o homem realizou o exame para a Covid-19, cujo resultado positivo para a doença foi confirmado no dia 24.
Ainda na data, ele teve o quadro de saúde agravado por conta da insuficiência respiratória e precisou ser internado no CTI para ventilação pulmonar. Por volta das 23h da terça-feira (7), ele não resistiu às complicações e faleceu.
Crime de constrangimento ilegal
Já a Polícia Civil informou que a servidora foi conduzida até a Delegacia de Plantão 1 e assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por crime de constrangimento ilegal. Ela ainda terá que comparecer a uma audiência na Justiça.
A corporação ressaltou ainda que “não compactua com esse tipo de ação e irá instaurar uma sindicância administrativa para apuração de eventuais infrações disciplinares”. A investigadora também será encaminhada para uma avaliação psquiátrica.
Sem direito a velório
Diante das incertezas do risco de transmissão do coronavírus mesmo após a morte, o corpo de vítimas da doença é enrolado em um lençol, selado por dois sacos e colocado em um caixão fechado ainda no hospital.
Os velórios também não podem acontecer por medida de segurança, e no máximo dez pessoas participam do sepultamento, segundo normas recomendadas pela Organização Municipal da Saúde (OMS). Ainda deve ser obedecida um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas.