Saúde

População aprova intenção de Fuad de instalar UPA no Hospital Alberto Cavalcanti

Prefeito de Belo Horizonte afirma que pediu a utilização de parte da estrutura ao Governo de Minas; intenção é de que espaço funcione no segundo semestre

Por Rayllan Oliveira
Publicado em 11 de maio de 2023 | 13:03
 
 
 
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A instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa) no Hospital Alberto Cavalcanti, no bairro Padre Eustáquio, agrada moradores da região Noroeste de Belo Horizonte. A intenção foi anunciada pelo prefeito Fuad Noman (PSD), em entrevista para O TEMPO, na manhã desta quinta-feira (11). Conforme o chefe do executivo municipal, a proposta já foi apresentada e aguarda a autorização do Governo de Minas. O governo do Estado, por outro lado, alega que não há área ociosa no Hospital Alberto Cavalcanti (veja a nota abaixo).

"Facilitaria muito a nossa vida, já que precisamos deslocar para outros lugares para conseguir atendimento", avalia o garçom Alex Barbosa, de 55 anos. Ele mora na região desde 2017. Segundo Barbosa, a região está desassistida, desde que o Hospital Alberto Cavalcanti passou a deixar de atender urgência e emergência clínica. "Todas as unidades estão distantes. A gente tem que ir para a Upa Oeste ou para a do Odilon Behrens. É ruim, já tive que me deslocar quando precisei, ou quando tive que levar algum familiar", justifica o garçom que precisa se locomover cerca de 7km para conseguir atendimento médico.

A intenção da prefeitura da capital é de que o serviço esteja disponível para a população a partir do segundo semestre deste ano. Conforme Fuad, já existe uma negociação junto ao Governo de Minas. Em caso de acordo, os atendimentos na unidade de saúde devem iniciar antes mesmo das obras na aérea do aeroporto Carlos Prates, espaço em que a prefeitura prevê a instalação de 2 mil residências populares, escolas, centros de saúde, parques e outros.

"Precisamos de uma Upa aqui, e urgente. Uma Upa grande e bem equipada", considera o aposentado Renato Dias, de 73 anos, morador da região. Ele também reforça que a população residente nesta parte da cidade também está desassistida. "A gente sente falta desse serviço. Chega muita gente necessitada aqui e não tem pra onde ir. Tem que procurar isso longe", justifica.

Retomada do Serviço

Em setembro de 2019, o Hospital Alberto Cavalcanti deixou de atender a casos de urgência e emergência clínica para passar a receber, exclusivamente, a pacientes com câncer, em especial aqueles de subespecialidades em que há necessidade de oferta de serviços, como hematologia oncológica. A mudança, na ocasião, causou insatisfação entre moradores da região Noroeste da capital. Manifestações e abaixo-assinados foram feitos com o objetivo de impedir a determinação de restrição nos atendimentos, o que não se efetivou.

"Era um serviço pequeno, pouco, mas ajudava", lembra o aposentado Renato Dias, de 73 anos. O garçom Alex Cunha, de 55 anos, também se sentia satisfeito com o atendimento na unidade. "Era algo disponível para todo mundo. Tinha um movimento maior de pessoas e de carros na região, mas era bom. Tanto que fizeram um movimento para não retirar", acrescenta.

Em conversa com a reportagem de O TEMPO, trabalhadores do Hospital Alberto Cavalcanti também consideram como positiva a possibilidade de retomada dos atendimentos na unidade. Em anonimato, por medo de alguma retaliação, eles também apontam a necessidade da instalação da Upa para atender a regional. "Já tinha esse serviço e era bom. Tinha problemas como todas as Upas, mas as pessoas tinham essa opção", conta.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, por meio da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que não há área ociosa no Hospital Alberto Cavalcanti.

"Desde 2019, a instituição foi vocacionada integralmente ao atendimento aos pacientes que necessitam de tratamento oncológico. A área onde funcionava o Pronto Atendimento foi destinada à Unidade de Decisão Clínica (UDC) e ao setor de infusão de quimioterápicos.

Atualmente, o hospital recebe pacientes encaminhados por meio da regulação municipal, cumprindo o acordo estabelecido entre gestor e prestador de serviços (Fhemig)".

Moradias populares

A instalação da Upa é o primeiro passo da prefeitura de Belo Horizonte com relação ao projeto que prevê a utilização da aérea do aeroporto Carlos Prates, desativado no dia 31 de março, como um "novo bairro". O planejamento inicial prevê a ocupação do terreno com moradias populares, que devem abarcar entre 1.800 e 2.000 residências, uma unidade de saúde, escolas, um parque e uma área reservada a indústrias não poluentes. A prefeitura também estuda a possibilidade de ampliar o projeto, com até 4.000 residências.

A proposta divide a opinião de moradores da região. Enquanto parte da população teme por problemas de mobilidade e segurança, outros esperam por desenvolvimento, com a instalação de comércios.

"Acho isso uma bobagem. As pessoas irão vender essas casas. Imóvel nessa região tem um valor muito alto", alerta o aposentado Renato Dias, de 73 anos. O temor contrasta com o anseio do garçom Alex Cunha, de 55 anos. Para ele, essa é uma oportunidade da região conseguir mais recursos e equipamentos públicos, como escolas, parques e centros de saúde. "Sou a favor desse projeto. Não vi nada que possa prejudicar o bairro e a região", argumenta.

Matéria atualizada às 18h40

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