Saúde

BH quer colocar UPA em área desativada do Hospital Alberto Cavalcanti

Prefeito de BH pretende usar área desativada do hospital para a abrir uma unidade de saúde na região; projeto também prevê uma escola

Por Rayllan Oliveira
Publicado em 11 de maio de 2023 | 10:18
 
 
 
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A prefeitura de Belo Horizonte pretende aproveitar uma área do Hospital Alberto Cavalcanti para a instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa) para a população da região Noroeste da capital. O executivo municipal disse que negocia a utilização do espaço junto ao Governo de Minas e, em caso de acordo, o serviço pode ser ofertado a partir do segundo semestre deste ano. O governo do Estado, por outro lado, alega que não há área ociosa no Hospital Alberto Cavalcanti (veja a nota abaixo).

"Tenho feito um esforço danado para atender essa demanda, que é antiga na região. O Hospital Alberto Cavalcanti, que fica ao lado do aeroporto Carlos Prates, tinha uma Upa e hoje está abandonada. A minha intenção é aproveitar aquele espaço. Se o Estado de Minas me der o espaço, eu coloco uma Upa para funcionar ali", afirmou o prefeito Fuad Noman (PSD). Além da unidade de saúde, a prefeitura procura por espaços no entorno do aeroporto para a construção de uma escola. "Essa é mais uma necessidade. Mesmo que não seja dentro do aeroporto, tem áreas fora para aproveitar. Nós estamos estudando para fazer isso", completou Noman.

As unidades de saúde e de educação, segundo o prefeito, podem começar a funcionar antes mesmo do início das obras para a área onde funcionava o aeroporto Carlos Prates. Após a queda de uma aeronave, no dia 11 de março, e o consequente debate sobre a desativação do terminal, no dia 31 de março, a prefeitura da capital apresentou ao governo federal um projeto que prevê a transformação da área em “um grande bairro”.

O planejamento inicial prevê a ocupação do terreno com moradias populares, que devem abarcar entre 1.800 e 2.000 residências, uma unidade de saúde, escolas, um parque e uma área reservada a indústrias não poluentes. A prefeitura também estuda a possibilidade de ampliar o projeto, com até 4.000 residências. "O nosso objetivo principal é chegar a 2 mil casas. Só que ainda estamos fazendo projetos e planos. Pretendo começar o mais rápido possível, mas o processo é burocrático", disse o prefeito.

Conforme Noman, as obras no terreno do terminal ainda não possuem data para iniciar. A prefeitura ainda aguarda a cessão do terreno por parte do Governo Federal. A expectativa, segundo Fuad, é de que esse processo seja concluído também no segundo semestre. "Ainda estou lá com o contrato para tomar conta do aeroporto e fazer a transição, mas o processo de cessão do terreno é um pouco mais demorado. Eu imaginava que poderia ser um pouco mais rápido, mas tem muita burocracia", revelou Fuad.

Mobilidade

A instalação do projeto de moradias populares no espaço do aeroporto Carlos Prates deve implicar também em obras em bairros vizinhos ao terminal. Conforme antecipado por O TEMPO, três intervenções devem ser feitas no anel rodoviário para atender o tráfego na região

“São pelo menos três projetos. Uma ‘praçarela’, com o conceito de praça, além de uma alça de acesso naquele trecho e a implantação da estação São José”, contou a assessora especial da Prefeitura de Belo Horizonte, Natália Araújo.  O projeto da ‘praçarela’ é semelhante ao famoso High Line, localizado em Nova York, nos Estados Unidos, e ao Skygarden, em Seul, capital da Coreia do Sul. A estrutura é planejada para atender pedestres, como se fosse um calçadão em meio a um parque urbano a vários metros de altura.

Para o prefeito Fuad Noman, as obras de mobilidade também estão previstas no projeto. "Nós temos que criar condições de entrada e saída das pessoas. Só que antes disso precisamos entender aquilo que é necessário ser feito. O nosso projeto tem toda uma infraestrutura de bairro, com acesso, parque, quadras, comércio. Não vai ser uma obra pra um dia, um mês, será algo permanente", detalhou.

Governo de Minas

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, por meio da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que não há área ociosa no Hospital Alberto Cavalcanti.

"Desde 2019, a instituição foi vocacionada integralmente ao atendimento aos pacientes que necessitam de tratamento oncológico. A área onde funcionava o Pronto Atendimento foi destinada à Unidade de Decisão Clínica (UDC) e ao setor de infusão de quimioterápicos.

Atualmente, o hospital recebe pacientes encaminhados por meio da regulação municipal, cumprindo o acordo estabelecido entre gestor e prestador de serviços (Fhemig)".

Matéria atualizada às 18h39

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