Feminicídio

Por suspeita de traição, marido mata mulher com 9 facadas na Pampulha

O crime aconteceu no bairro Trevo, na noite desse domingo (22); o suspeito fugiu em uma moto e ainda não foi encontrado

Por Pedro Ferreira
Publicado em 23 de setembro de 2019 | 07:20
 
 
 
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Uma mulher morreu após ser esfaqueada nove vezes por seu marido na noite desse domingo (22), na casa em que os dois viviam no bairro Trevo, na região da Pampulha. O suspeito, que tem 43 anos, a teria assassinado por suspeitar que ela o traía. 

Depois de golpear a mulher sete vezes nas costas, acertar mais uma facada no pescoço e outra na mão esquerda dela, o marido fugiu em uma motocicleta modelo Tornado de cor preta, cuja placa é HEN-6513, conforme denúncia anônima feita à Polícia Militar logo após o crime, por volta das 22h30. 

Quando os militares chegaram ao imóvel, na rua Amsterdã, a vítima de 41 anos estava sob o chão do quarto do casal, encostada na parede, toda ensanguentada e com várias perfurações feitas com faca feitas pelo corpo. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou a ir até lá, mas só constatou que a mulher já estava morta. 

Motivação

Durante os trabalhos da Polícia Civil, um irmão do suspeito apareceu na casa e relatou que, em 9 de setembro, ele telefonou dizendo que tinha quase certeza que estava sendo traído pela mulher, que era muito humilhado e chegou até a mandar uma foto do suposto amante. 

A equipe da 3ª Delegacia de Homicídios de Venda Nova recolheu o celular da vítima para investigação. O corpo foi removido para o Instituto Médico-Legal e, até o momento, o suspeito de cometer o feminicídio não foi encontrado. 

A sogra da vítima esteve na casa onde aconteceu o crime, onde permaneceu por cerca de 30 minutos. Depois, ela saiu, trancou a casa e foi embora. "Não posso falar. Estou muito abalada ", disse.

O irmão do suspeito por parte de pai, que passou as informações para a PM, mora próximo e também não quis falar com a imprensa, apenas que a mulher morta deixou uma filha de 15 anos que teve com o suspeito.

Outra versão para o crime

A alegação de que o suspeito de 43 anos matou a companheira com nove facadas por estar sendo traído por ela, conforme foi relatado à Polícia Militar (PM), não procede, segundo uma vizinha do casal.

De acordo com essa vizinha do casal, que pediu para não ser identificada, a vítima, a funcionária pública Ladyslaine  Barbosa Campos, de 41 anos,  vivia com ele havia 15 anos e não aceitava o envolvimento do marido com o tráfico de drogas e quis a separação.  

No entanto, nenhum dos dois queria deixar a casa onde moravam com a filha deles, uma adolescente de 13 anos.

De acordo com a vizinha, o suspeito estava preso por tráfico de drogas e saiu há alguns meses.

A mulher conta que Ladyslaine sempre foi fiel ao marido,  mesmo quando ele estava preso. Ela sempre o visitava na prisão e levava alimentos e outras coisas para ele, segundo a vizinha.

"Ladyslaine morava aqui no bairro há muitos anos. Ele foi solto, continuou mexendo com drogas e ela não aceitou. Ela tentou reatar o casamento, mas já estava bastante desiludida. Aconteceu que ela não queria sair da casa e nem ele. Então,  acabou acontecendo essa tragédia", lamentou a vizinha. 

"É muito triste. Ela era uma pessoa jovem que tinha muitos planos. Acabou morrendo dessa forma trágica."

Segunda a vizinha, a filha do casal foi levada para a casa de uma tia da adolescente. 

Quando o marido foi solto, segundo a vizinha,  ele continuou mexendo com drogas. "Ela não traía ele, não.  Te afirmo que ela não traía ele, não. Ela queria separar para viver a vida dela. Tenho certeza decque ela não traía ele. Eu acompanhava a vida dela. Ela era muito amiga da minha filha ", afirmou a vizinha. "Nada justifica tirar a vida de outra pessoa. Agora, as pessoas ficam presas às coisas materiais, não têm atitude de sair, seguir a vida, e acabam perdendo o bem mais precioso, que é a vida", lamentou. 

Texto atualizado às 10h04

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