Acordo

Preço da passagem de ônibus de BH ficará congelado em 2020

Medida deve valer para todo o ano, mas acordos judiciais e outras negociações ainda precisam ser feitas nas próximas semanas

Por Mariana Nogueira
Publicado em 20 de janeiro de 2020 | 16:21
 
 
 
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Após semanas de embate e intervenções judiciais, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirmou nessa segunda-feira (20) ter chegado a um consenso com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (Setra-BH) para congelar o valor da principal tarifa de ônibus do município até o fim do ano. Com a decisão, a passagem continua a custar R$ 4,50.

Apesar do acordo dessa segunda-feira, as concessionárias continuam a defender a adoção de reajuste e vão manter conversas com a administração municipal pelos próximos 20 dias para definir detalhes sobre a qualidade do serviço prestado pelas empresas. O prefeito de BH, Alexandre Kalil, garantiu que o congelamento será adotado, mas não deu detalhes sobre a reunião.

“Entramos em acordo. Claro que eles (empresas) têm argumentos. A imposição dos ônibus com ar condicionado foi unilateral, assim como a retirada dos cobradores foi unilateral. Temos que acabar com esse impasse em definitivo, e acabamos do jeito que tinha que acabar, sem brigas, no diálogo, conversando, porque é isso que interessa para a população”, declarou o prefeito.

Kalil comentou que a queda de braço entre prefeitura e Setra só prejudica o usuário dos coletivos e garantiu que o impasse “está sendo superado”. “Nem o prefeito, nem o presidente do Setra utilizam o transporte público. Essa briga prejudica a quem realmente precisa do serviço. Vai ser feito um acordo na Justiça. Já está tudo praticamente engatado e resolvido”, afirmou o prefeito.

Negociação

O presidente do Setra, Joel Jorge Paschoalin, por sua vez, continuou a defender o aumento da passagem, sob a justificativa de que os custos assumidos com a manutenção do transporte coletivo são elevados. O representante das concessionárias confirmou, contudo, a possibilidade de que a tarifa não sofra reajuste ao longo de 2020.

“A expectativa, se a gente achar um ponto em comum o mais rápido possível, pode ser que não haja necessidade de aumento no decorrer do ano. Durante o período de conversa e negociação, está tudo suspenso. Espero que nos próximos 15 ou 20 dias cheguemos em uma solução inteligente para que a gente consiga manter o serviço do jeito que está. Mas durante esse período, vai ficar tudo do jeito que está”, garantiu.

Cobradores

Questionado sobre a ausência de cobradores em diversas linhas de ônibus, o presidente do Setra, Joel Jorge Paschoalin, alegou que eles estão espalhados pelo sistema. 

Empresas reclamam de custos para manter o serviço em BH

Apesar de concordar com o congelamento da tarifa principal de ônibus em Belo Horizonte, o presidente do Setra, Joel Jorge Paschoalin, argumentou que os custos para manter os coletivos nas ruas aumentou, o que justificaria o aumento dos preços. Se o reajuste for adotado, a passagem pode subir para R$ 4,75.

Segundo Paschoalin, a PBH solicitou o congelamento de preços até que sejam discutidos pontos relacionados à eficiência do transporte na capital. Uma das exigências, afirmou Paschoalin, é que as empresas mantenham os veículos funcionando com ar condicionado. Ele reclama, no entanto, que o uso do dispositivo não está previsto no contrato.

“A gente trouxe para o prefeito que diesel para as empresas aumentou 26%, e isso tem pesado muito. Está difícil trabalhar porque o veículo com ar condicionado gera em torno de 38% a mais de consumo de combustível”, argumentou.

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