Auxílio

Promotor quer mais ajuda financeira para Brumadinho

Auxílio emergencial acaba em janeiro, mas há vítimas que ainda dependem do dinheiro

Por Letícia Fontes
Publicado em 09 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
 
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) quer prorrogar o prazo do pagamento mensal do auxílio emergencial de um salário mínimo às vítimas da tragédia de Brumadinho. Segundo o promotor André Sperling, em janeiro de 2020, quando se completa um ano do rompimento da barragem e termina o acordo do órgão com a Vale, muitas famílias ainda não estarão restabelecidas e, portanto, dependerão da ajuda financeira.

Até agora, segundo a Vale, 104.686 pagamentos emergenciais foram feitos. O acordo prevê o auxílio por 12 meses, com parcelas mensais de um salário mínimo para cada adulto, 50% desse valor para cada adolescente e 25% para cada criança. Têm direito todas as pessoas que têm residência em Brumadinho ou vivem num raio de até 1 km do rio Paraopeba na cidade até Pompéu, na região Centro-Oeste. 

O pagamento se estende, por exemplo, a moradores de condomínios de luxo que estão na área afetada e, de alguma forma, foram prejudicados pelo desastre. Conforme o promotor, a prorrogação dos pagamentos possivelmente não deverá atingir todas as pessoas contempladas atualmente. O mais indicado, segundo ele, é que se faça um levantamento técnico com o auxílio de um perito judicial para que fique claro quem ainda depende da ajuda para se sustentar. A prorrogação dos pagamentos, disse, poderá vir de um acordo com a Vale ou de uma ação judicial.

“De início, imaginamos que um ano seria suficiente para resolver questões emergenciais, mas percebemos que as vidas dessas pessoas não vão ser refeitas. Elas, em sua maioria, estão sem renda ainda”, explicou.

A produtora rural Cássia Miranda, 57, amarga prejuízos desde o rompimento da barragem. Sem vender nada, Cássia, que vive em Parque da Cachoeira, pensa em mudar a plantação de local. “Ninguém compra nada aqui. Acham que as coisas estão contaminadas”, lamenta.

Atuação da Renova é alvo de críticas

O promotor Guilherme de Sá Meneghin, da Comarca de Mariana, disse ontem, em audiência pública na CPI da Assembleia Legislativa que trata da tragédia de Brumadinho, que, embora em Mariana o número de mortos (19) tenha sido menor que em Brumadinho (248), o desastre ambiental de 2015 teve extensão muito mais ampla e destruiu toda a bacia do rio Doce. 

Meneghin criticou a atuação da Fundação Renova no amparo aos atingidos, principalmente em relação à necessidade de judicializar a reparação das vítimas e pela demora no cumprimento dos acordos.

O presidente da instituição, Roberto Waack, presente à audiência, defendeu que há ampla participação de órgãos do governo e de pessoas atingidas em decisões da fundação.

Itabira terá o maior simulado em barragem 

Quando? Cerca de 27 mil pessoas vão participar de um simulado de rompimento de barragem em Itabira, na região Central de Minas, no próximo dia 17. Segundo a Defesa Civil do Estado, esse será o maior simulado de evacuação já feito no país. 

Quem? Segundo o órgão, vão participar do simulado pessoas que poderiam ser atingidas pelas barragens de Itabiruçu e do Pontal, ambas da Vale. As duas estruturas estão no nível 1 de segurança, ou seja, não correm risco de rompimento.

Como? Ao todo, serão 93 pontos de encontro em áreas de segurança, fora das zonas de autossalvamento. Cerca de 2.500 pessoas vão auxiliar os moradores. PM, Corpo de Bombeiros e funcionários da Vale também participarão do simulado. 

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