A morte de um familiar é um momento delicado e de luto. A despedida é difícil e, embora não exista um valor financeiro que represente a perda, ela também é cara. Os custos podem variar significativamente, a depender de uma série de fatores, como o tipo de serviço funerário, o local do sepultamento e a compra do jazigo.
Os custos com a morte de um familiar envolvem valores relacionados ao serviço funerário, de preparação do corpo e escolha da urna, e ao cemitério, com jazigo, taxas de velório e sepultamento, entre outros.
Em Belo Horizonte, para famílias que não possuem jazigos, o custo de compra de um espaço, com taxas e serviço funerário, pode chegar a quase R$ 50 mil, mesmo sem a escolha de artigos de luxo, como urnas caras e personalização do espaço onde o ente querido será enterrado.Os valores mais em conta estão na casa dos R$ 8 mil.
Economistas avaliam que os planos funerários devem ser analisados como uma opção para não precisar arcar com um custo financeiro alto e inesperado. Além disso, os valores consideram os custos para jazigos de uso imediato, sendo possível encontrar valores menores com compras a longo prazo.
Cemitérios públicos
Belo Horizonte dispõe de quatro cemitérios públicos: da Paz, do Bonfim, da Saudade e da Consolação. Os dois últimos possuem os jazigos mais em conta, com um custo de R$ 5.395,75 cada um. Mas há outras taxas, como R$ 224,70 de velório e R$ 320,80 de sepultamento, totalizando quase R$ 6 mil, sem considerar o serviço funerário.
No cemitério do Bonfim, o mais antigo da capital mineira, construído em 1897, os custos variam conforme o jazigo. São quatro tipos, para os seguintes preços: R$ 25.842,70, R$ 30.604,85, R$ 35.366,95 e R$ 44.891,15. Também há taxas de velório e sepultamento, que custam, respectivamente, R$ 847,50 e R$ 320,80.
No cemitério da Paz, o jazigo custa R$ 8.115,90, com uma taxa de velório de R$ 320,80 e o mesmo valor para a taxa de sepultamento.
Cemitérios particulares
No Cemitério Bosque da Esperança, localizado no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte, o jazigo para uso imediato, com duas gavetas, na quadra Ipê, custa R$ 25.828,00. Com parcelamento em 32 vezes, o gasto pode chegar a mais de R$ 30 mil, devido aos juros. Nesse valor, já estão inclusas as taxas. São elas: R$ 1.320 de velório, R$ 968 de inumação e R$ 715 de lápide, além de R$ 275 de transporte interno.
No Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, região Oeste de Belo Horizonte, o custo de um jazigo para uso imediato é de R$ 36 mil. O valor é acrescido de taxas relacionadas ao enterro e ao velório, com custo total de mais R$ 4.382,60. O cemitério também conta com serviço funerário, com custo mais básico de R$ 8,9 mil.
Serviços funerários
A reportagem consultou empresas que disponibilizam serviços funerários na capital mineira, e os preços iniciais são de quase R$ 2 mil, incluindo a preparação do corpo, dois traslados, uma coroa de flores, uma ornamentação de flores e uma urna. Esse valor, no entanto, está diretamente associado à escolha do caixão mais simples. Há unidades que chegam a custar até R$ 20 mil.
Para menor preocupação e planejamento, os planos funerários aparecem como opções a serem consideradas, avaliam especialistas consultados pela reportagem. Isso porque, embora a morte seja a maior incerteza da vida, independentemente do número de mensalidades que a pessoa paga, o valor pode assegurar conforto em um momento de dor.
“O preço [de um serviço funerário], que, às vezes, custa R$ 50, R$ 60 por mês, pode ser um bom negócio para uma família, já que em BH o serviço pode custar de R$ 2 mil até R$ 15 mil, R$ 20 mil, R$ 30 mil, sem contar o custo do jazigo”, destacou o consultor financeiro Silvio Azevedo. Ele também reforça a importância de pesquisar os preços.
“Pesquise a autenticidade da empresa, compare os preços e olhe. Existem seguros de vida que são extremamente baratos, pensados para planos funerários, podendo estender para familiares. É um assunto ruim, mas é preciso lidar de maneira madura, porque todos passaremos por ele”, analisa o consultor.
A economista Mafalda Ruivo Valente, professora dos cursos de administração e gestão da Faculdade Promove, também avalia que os planos funerários podem ser vantajosos. “Na hora do desespero, da tristeza, as pessoas acabam nem pensando. E fazem uma dívida alta naquele momento de dor ou não conseguem pagar o funeral que gostariam”, avalia.
“Na hora que a pessoa falece, o plano acaba funcionando, independentemente do número de parcelas pagas. Dá uma certa tranquilidade para a família e para todos”, diz a economista.
Sepultamento gratuito
A prefeitura oferece um serviço de sepultamento gratuito, destinado a famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade social. Também é necessário que a morte tenha ocorrido em Belo Horizonte ou que os corpos estejam no Instituto Médico Legal (IML) do município. Veja mais informações abaixo.
O serviço consiste na liberação da guia de sepultamento para isenção das taxas do cemitério, de velório, fornecimento de urna funerária e concessão da cova por um período de três anos.
Para solicitar o serviço, as famílias devem procurar os equipamentos de Proteção Social Básica (CRAS e Regionais de Assistência Social), portando os seguintes documentos:
- Carteira de Identidade do solicitante;
- Certidão de Óbito;
- Comprovante de Endereço do solicitante;
- CPF - Cadastro de Pessoa Física do solicitante;
- Declaração de Óbito, caso o solicitante seja um familiar do falecido.
Locais de atendimento:
- De segunda a sexta-feira: Serviço Social das regionais (endereços no link abaixo);
- Finais de semana e feriados (plantão): Rua Rio de Janeiro, 1187 - 5º andar, Centro.