Briga por celular

Quatro pessoas são presas por espancamento de homem até a morte na Pampulha

Caso aconteceu em frente à ocupação Marielle Franco, no bairro Castelo; local é o mesmo prédio que pegou fogo no começo deste mês

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 25 de novembro de 2020 | 12:20
 
 
 
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Três homens e uma mulher foram presos após participarem de um sessão de espancamento no bairro Castelo, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Edson da Silva Estevam, de 32 anos, foi assassinado na porta da ocupação Marielle Franco. Nesta quarta-feira (25), a Polícia Civil deu detalhes do caso e informou que um quinto investigado está foragido. 

O crime aconteceu no dia 18 de novembro durante um desentendimento por causa de um celular. Todos os envolvidos no caso moravam no prédio, que pegou fogo dias depois.

"No dia 18, a vítima teve uma discussão com a esposa de um dos investigados a respeito de um suposto furto do celular da mulher. Durante o atrito, outros dois autores começaram a discutir também com a vítima. Começou o início da confusão e outros investigados também chegaram, totalizando cinco pessoas", explicou o delegado Guilherme Catão.

Estevam tentou correr, mas foi perseguido e derrubado ao chão. Nesse momento, o grupo usou enxada, martelo, pedaço de pau e barras de ferro e comecou a agredir o homem. Os materiais que os criminosos, com idades entre 20 e 31 anos, pegaram eram usados na construção de uma garagem na ocupação.

Imagens de câmeras de monitoramento de imóveis vizinhos registraram parte da confusão. Veja:

"Pelo que foi apurado não houve o furto. A vítima simplesmente pegou o celular, brincou com o aparelho, a dona do telefone pediu que ele fosse devolvido, mas a vítima não queria devolver e a confusão  começou", detalhou o delegado. 

Após o incêndio, no início deste mês, moradores saíram do prédio e foram para outras casas usando o benefício disponibilizado pela Prefeitura de Belo Horizonte. As quatro pessoas foram presas nos bairros Jardim Filadélfia e Santa Cruz, região Nordeste da capital, na última segunda-feira (23). A dona do celular não foi presa.

Perfil agressivo

De acordo com a Polícia Civil, moradores da ocupação contaram que o grupo tinha um perfil agressivo. "Tinha registro deles de vários crimes: tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio, furto, roubo, receptação. Eles tinham um histórico violento contra os moradores do prédio", contou Catão.

O grupo vai responder por homicídio qualificado por motivo torpe e meio que impossibilitou a defesa da vítima. 

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