Passados pouco mais de três meses desde anúncio do Governo de contingenciamento de 30% do orçamento destinado às instituições federais de ensino, a Universidade Federal de Minas Gerais começa a sentir o déficit financeiro mais fortemente. Nesta quarta-feira (4), a UFMG anunciou que, a partir deste mês, deve priorizar as atividades fins, ou seja, aquelas que dizem respeito ao ensino, pesquisa e extensão, até que seja revertido o corte.

A universidade pretende, com isso, preservar o pagamento de bolsas estudantis implementadas pela instituição e os contratos de terceirizados. “Até agosto conseguimos honrar os compromissos, mas a partir de setembro a situação orçamentária ficará cada vez mais difícil, caso o MEC não libere os recursos que originalmente estavam previstos para a Universidade”, disse reitora Sandra Regina Goulart Almeida.

A instituição informou que tem atuado junto ao poder público, juntamente com outras entidades, para a manutenção do orçamento de 2019, que foi aprovado na Lei Orçamentária Anual (LOA), mas que sofreu em maio deste ano um bloqueio de 30% pelo MEC.

Cortes

Desde o anúncio do corte, informou a UFMG, medidas foram tomadas de forma a diminuir o impacto do corte, tais como o cancelamento de editais internos de fomento e melhoria de equipamentos e da infraestrutura, intensificação da campanha para racionalização do uso de água e energia, interrupção do uso de ar-condicionado de conforto, entre outros.

Recentemente, a universidade suspendeu da linha 4 de ônibus que alimentava as faculdades em momentos de pico. Na ocasião, a UFMG também divulgou documento que a atual situação do CNPq põe em risco décadas de investimento em pesquisa.

“Para tomar esse tipo de medida, nos certificamos que nenhuma unidade acadêmica deixaria de ser atendida. Certamente vai provocar desconforto, mas a UFMG está tomando as medidas ao seu alcance para minimizar os impactos. Os ônibus que continuam circulando são igualmente equipados com elevadores para garantir o atendimento a estudantes com mobilidade reduzida”, explica Sandra Goulart Almeida.

(Com informações do site da UFMG)