O segurança Fabiano de Araújo Leite foi condenado a 13 anos e 6 meses de prisão pela morte do fisiculturista Allan Pontelo, em 2017, na boate Hangar 677, no bairro Olhos D'Água, na região Oeste de Belo Horizonte. Entretanto, como o réu estava solto, a juíza permitiu que ele aguarde eventuais recursos em liberdade.
De acordo com o Fórum Lafayette, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a condenação foi por homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, asfixia e recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
Allan foi morto por asfixia mecânica, como aponta o laudo da necrópsia, provocada por ação truculenta de funcionários da casa de show. Mais cedo, o pai da vítima, Dênio Luiz Pontelo, informou em entrevista a O TEMPO, que esperava que o réu fosse condenado para que “servisse de exemplo e que isso não se repetisse com outras famílias”.
“Quero que acabe essa dor que a gente fica carregando e nunca acaba. Eu preciso que essa jornada realmente se encerre para que eu possa seguir minha vida, criar meus outros filhos”, desabafa.
O julgamento
Fabiano Leite foi julgado no 3º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, sendo que a sessão começou às 9h. Ao todo, foram ouvidas três testemunhas, de um total de sete. Outras três faltaram e uma foi dispensada de particiar. Defesa e acusação concordaram em seguir com os procedimentos, mesmo com a ausência das demais. O conselho de jurados foi formado por seis homens e uma mulher.
Conforme acusação do Ministério Público (MPMG), Fabiano Leite estava armado e foi utilizado como “força de reserva” ao lado de demais seguranças da casa. Eles teriam abordado o fisiculturista com violência após suspeitarem que ele estava com drogas no banheiro da boate.
Leite seria julgado em dezembro de 2021, mas o júri foi cancelado, após o réu testar positivo para a Covid-19.
(Com Aline Diniz e Malú Damázio)