Após ter o celular roubado no último domingo (21), em um ponto de ônibus, em Belo Horizonte, um enfermeiro, de 24 anos, conseguiu rastrear pela internet a localização do aparelho, em um aglomerado de Betim, na região metropolitana da capital mineira. A história poderia ter um final feliz, mas a saga para prender os suspeitos do roubo havia apenas começado. De posse da informação, a vítima procurou a Polícia Militar, que localizou e prendeu os suspeitos.
Eles foram levados para a Delegacia de Plantão de Betim, no início da noite dessa segunda-feira (20), mas até as 15h dessa terça-feira (21), mais de 20 horas após as prisões, a ocorrência não havia sido encerrada. De acordo Lucas Daniel Rodrigues, ele e os policiais que atenderam a ocorrência passaram a madrugada e todo o dia na porta da Delegacia, esperando para serem atendidos, o que não ocorreu.
Segundo ele, funcionários da delegacia disseram que a demora se deve à falta de vagas no sistema prisional para o recebimento dos presos.
“Eles entraram em contato comigo e eu vim para cá ontem, por volta das 19h. Fui na recepção diversas vezes e falam que estão esperando vaga. Não dá outra justificativa, trata com descaso, não falam nada. Já fui lá, já chorei e falam a mesma coisa, que estão esperando vaga”, disse.
Durante a prisão dos suspeitos, os policiais não conseguiram localizar o celular roubado. Os homens disseram que o aparelho não estava mais com eles, pois o jogaram em um bueiro. Sem conseguir recuperar o celular, o enfermeiro afirma que mesmo com a demora não vai sair da delegacia até que a ocorrência seja encerrada.
“Não comi, não tomei banho, nada. Não vou ao banheiro. Eles simplesmente me abandonaram aqui. Eu fui vítima três vezes, eu acho. Fui roubado, gastei R$ 80 de Uber até aqui e estou aqui simplesmente abandonado”, lamentou Lucas.
Minutos antes da chegada da reportagem, por volta das 16h dessa terça-feira, a vítima do roubo informou que os suspeitos entraram na delegacia, mas nenhuma informação foi passada a ele.
A reportagem de O Tempo entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil para saber os motivos da demora no encerramento das ocorrências e aguarda um posicionamento.