A Praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, se transformou, nesta segunda-feira (19), no ponto de encontro de profissionais da segurança pública e da saúde que pedem melhores condições de trabalho. 

No caso dos servidores da segurança pública, a categoria pede pela recomposição das perdas inflacionárias, que já somam uma defasagem salarial de cerca de 35% nos contracheques dos trabalhadores. 

“Nós buscamos o mínimo, que é a recomposição das nossas perdas inflacionárias. A segurança pública e o servidor estão abandonados e cansados do excesso de atribuições, pela falta de chamamento dos excedentes no concurso público e pela falta de cuidado de um governador que aumentou seu próprio salário em 300%", disse o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindpen-MG), Wladimir Dantas. 

Além disso, a categoria também solicita melhor acompanhamento da saúde mental desses profissionais, mediante diversos casos de autoextermínio envolvendo servidores das forças de segurança. 

“Nos últimos dias cinco policiais civis praticaram o autoextermínio. Há 9 dias uma escrivã e ontem um médico do Instituto Médico-Legal do interior. Precisamos de iniciativas de prevenção e cuidado emocional de nossos servidores", pontuou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Minas Gerais (Sindpol- MG)

Saúde

Paralisados há 15 dias, o Sindicato dos Trabalhadores da rede Fhemig (Sindpros), questiona a resolução 10.730/2023, que altera a jornada de trabalho dos plantonistas. Na Praça da Assembleia, o grupo delibera para a manutenção ou término da greve.O sindicato recebeu, no último fim de semana, uma notificação judicial que determina a suspensão da greve e retorno imediato às atividades, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, até o limite de R$ 300 mil, em caso de descumprimento.

"A justiça nos chamou amanhã, no Tribunal de Justiça, às 9h30. O governo está sendo obrigado a negociar. Mas essa negociação não vai pesar na nossa escolha de manter ou não a greve", disse o presidente do Sindpros, Carlos Augusto Martins.

Posicionamento

Em nota, o governo de Minas afirmou que tem como diretriz a manutenção permanente do diálogo aberto com todas as categorias, sempre levando em conta as necessidades dos servidores e o importante trabalho prestado por eles ao Estado, e preza pela interlocução direta com as entidades representativas do funcionalismo, prática recorrente nesta gestão.

"Sobre a recomposição salarial para os servidores, o Governo de Minas informa que, embora deseje manter a recomposição salarial das perdas inflacionárias para o funcionalismo a cada exercício, essa definição depende ainda, nesse momento, de equilíbrio financeiro que garanta a disponibilidade de recursos em caixa para que pode ser efetivada, sendo, dessa forma, objeto de estudos permanentes por parte do Executivo", diz o comunicado.