De um lado a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Câmara Municipal (CMBH) oferecendo mais de R$ 200 milhões de subsídios para as empresas de ônibus e do outro o usuário que está cansado de esperar pelos coletivos na capital mineira e não aguenta mais veículos sem horários para passar, além da lotação de sempre. Para o transporte ser solucionado, o movimento Tarifa Zero defende que o poder público seja mais rígido com os prestadores do serviço.
“As empresas estão agindo de maneira chantagista. Retiram os ônibus das ruas, não cumprem o contrato e nem se esforçam para isso. Atualmente os veículos estão circulando apenas em horário de pico. Isso não é maneira de negociar. A prefeitura já deveria ter feito intervenção em pelo menos uma das empresas”, diz André Veloso, integrante do grupo.
Na visão de Veloso, a PBH precisa estar disposta a “enfrentar” as empresas, caso mesmo com os subsídios os serviços não melhorem. “Da forma que o sistema é colocado hoje, se não estabelecer critérios muito claros em contrapartida, será como dar um cheque branco para as empresas”.
O membro do Tarifa Zero se diz favorável aos subsídios propostos pelo Executivo municipal (R$ 163,5 milhões) e Legislativo (R$ 44 milhões). “Câmara e prefeitura estão com boa vontade, mas se as empresas não aceitarem, acredito que haverá reajuste da passagem (de R$ 4,50 para R$ 5,85)”, destaca.
No meio de tudo isso está o usuário que, segundo Veloso, é “refém” de tudo que acontece. “As empresas estão pedindo resgate e não dão garantia que vão devolver o usuário que tanto sofre”, afirma.
Reunião decisiva
Dezesseis propostas para tentar solucionar os problemas do transporte público da capital foram fechadas durante uma reunião do Grupo de Trabalho de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (GT-MOBBH) nesta terça. Os pontos foram aprovados pelos vereadores que compõem o grupo e pela prefeitura e agora foram encaminhadas às empresas de ônibus, que terão 24h para aprovação.
Procurada pela reportagem de O TEMPO, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SetraBH) informou que nesta quarta-feira (11) acontecerá uma reunião na PBH para definir se as empresas aceitarão a proposta apresentada.