Após nove semanas consecutivas no vermelho, o nível de alerta da Covid-19 em Belo Horizonte chegou à zona amarela ontem. A taxa de ocupação de leitos de UTI na capital foi a responsável pela mudança, ao cair de 76,6% para 64,6% nos últimos sete dias. Porém, a taxa de transmissão (Rt) do vírus, que vinha registrando tendência de queda, voltou a crescer nesta semana. Diante desses dados, a PBH, vai permanecer na fase 1 de reabertura do comércio, pelo menos, até a próxima quinta-feira, quando se completam duas semanas do início da flexibilização. Lojistas que tinham esperança de que a PBH adiantassem o plano de reavaliação da flexibilização para uma abertura ainda hoje ficaram frustrados.
De acordo com o infectologista Estevão Urbano, do comitê de combate à Covid-19, o aumento da Rt pesou na decisão da manutenção da fase 1. O índice chegou a 0,91, próximo ao limite de 1,0 – ele era 0,89 pontos no dia 5 e caiu até segunda, quando foi a 0,85. “Por enquanto não vai ter nenhuma alteração na segunda-feira. Depois, durante a semana, a gente pode ter novidades, mas vai depender muito do que acontecer neste final de semana”, explicou.
Lojistas
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) contestou o porquê de o prefeito Alexandre Kalil não optar pelo avanço na reabertura do comércio. “O índice de ocupação de leitos de UTI, critério que estava sendo utilizado pela prefeitura para não reabrir o comércio, voltou a cair. Os outros índices – taxa de transmissão e ocupação de leitos de enfermaria – estão na faixa verde, ou seja, podem proporcionar uma reabertura segura do comércio. Por que o prefeito Alexandre Kalil não autoriza o funcionamento do comércio amanhã (hoje)?”.
As restrições vêm contrariando também os comerciantes que têm estabelecimentos em shoppings. O presidente da Associação de Lojistas de Shopping Centers (Aloshopping), Alexandre França, avalia que a redução de horários e dias de funcionamento e o fechamento de praças de alimentação atrapalham o faturamento desses empresários. “Péssimo, péssimo, péssimo. Uma queda entre 50% e 70% em relação ao mesmo período do ano passado. Nós esperamos que continue assim porque está muito restrito o horário. Outra coisa importante é que não está funcionando o cinema, o entretenimento, o restaurante, e é isso que dá o glamour ao shopping”, diz. Ele revela que o tempo médio dos clientes nos shoppings caiu de 79 para 21 minutos.