A partir de 30 de janeiro o número de doenças rastreadas pelo programa Estadual de Triagem Neonatal (PTN-MG), que é realizado através do teste do pezinho, vai ser ampliado em Minas. O exame passará a diagnosticar 15 doenças, três a mais do que era ofertado pelo SUS no Estado. A informação foi anunciada pelo governo de Minas nesta sexta-feira (26 de janeiro).
Segundo o governo de Minas, as doenças incluídas foram a Atrofia muscular espinhal (AME), Imunodeficiência Combinada Grave (SCID) e Agamaglobulinemia (AGAMA). O critério adotado foi a existência de tratamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Hospital das Clínicas da UFMG.
As três doenças incluídas no teste são consideradas graves, raras e podem ser hereditárias ou alterações genéticas, além de difícil diagnóstico na fase natal, uma vez que seus efeitos começam antes da fase de manifestação de sintomas clínicos. Se corretamente identificadas e tratadas nos primeiros dias de vida da criança, a recuperação e a garantia de uma melhor qualidade de vida podem ser mais efetivas. Da mesma forma, seu diagnóstico tardio pode ser fatal e comprometer a qualidade de vida dos pacientes com sequelas irreversíveis.
Minas Gerais será o primeiro estado com grande população a realizar a testagem em massa para a AME pelo SUS. No Brasil, apenas o Distrito Federal possui a doença em seu painel de triagem neonatal.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais afirma que investirá R$ 12 milhões para o ano de 2024 nesta fase de expansão da triagem. A expectativa é que até o final do ano o Estado passe a ofertar o teste do pezinho ampliado, capaz de rastrear cerca de 60 doenças.
“Nós escolhemos essas três doenças porque elas já possuem tratamento definido. Nos próximos meses vamos incluir todo o rol de doenças raras, devemos fechar ainda 100% das doenças raras estabelecidas na lei triadas aqui em Minas”, garantiu o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
A última ampliação havia sido em 2021, que incluiu toxoplasmose congênita e mais cinco doenças relacionadas com defeitos da betaoxidação dos ácidos graxos (DOAG). Desde então, o programa detectou e acompanha 215 casos de toxoplasmose e 12 de DOAG. Em 2023, foram feitos 200 mil testes pelo Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad). Ao todo, 400 crianças foram diagnosticadas com alguma das 12 doenças que são contempladas no teste.