As chuvas fortes foram um retrato do verão belo-horizontino, principalmente em 2020. Com o grande volume pluviométrico registrado em janeiro - o maior desde 1910, quando os dados começaram a ser registrados - a estação se despede de Belo Horizonte sendo considerada uma das mais chuvosas de toda a história da capital mineira.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), foram 1.456 mm de chuvas durante o período. O valor deve aumentar, já que a previsão é de que ocorram pancadas de chuva nos próximos dias.

"Há uma intensificação da instabilidade para as próximas 72 horas", explica o meteorologista Heriberto dos Anjos, do Geoclima.

Apesar da previsão, ele ressalta que as chuvas não serão contínuas como as que castigaram a capital no início do ano. "Serão episódios mais curtos, com pancadas de chuva típicas de verão", pontua.

Temperatura

Com o final da estação mais quente do ano, na sexta-feira (20), a tendência é de que os termômetros abaixem na capital. Segundo o INMET, porém, a baixa não será brusca. A tendência é de que a temperatura varie com máximas de 28°C nos últimos dias do verão, e 24°C no primeiro final de semana do outono. A mínima deve ser de 17°C.

A previsão para os próximos dias não está muito distante da temperatura média registrada ao longo da estação. No período, os termômetros registraram médias máximas de  29,7°C a mínimas de 19,7°C.

Chuva forte

O temporal que caiu na última terça-feira (17) assustou moradores da capital. De acordo com dados da Defesa Civil, foram registrados 186,8 mm de chuva entre às 7h de terça-feira e às 7h desta quarta. A região Leste de Belo Horizonte registrou o maior volume de água, foram 52,2 mm em 24 horas.

De acordo com informações da CEMIG, foram registrados 538 raios na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desse total, 170 ocorreram na capital. 

Apesar do susto e dos fortes ventos, que chegaram a mais de 67 km/h, a Defesa Civil de Belo Horizonte não registrou nenhuma ocorrência. O Corpo de Bombeiros atendeu apenas um chamado: a queda de uma árvore no bairro Buritis, na região Oeste da capital.

Período Chuvoso

As chuvas intensas que marcaram o verão, foram elevadas até mesmo para as médias registradas entre outubro e março, período chuvoso da capital. De acordo com dados do Geoclima, já foram 1824,3 mm de chuva em Belo Horizonte.

Mesmo antes do término do período, o volume já é o quinto maior da história da capital. O maior deles foi registrado entre outubro de 1984 e março de 1985, quando o volume superou 2.221 mm em Belo Horizonte.

Com tanta chuva, os estragos foram muitos. Segundo dados da Defesa Civil de Belo Horizonte foram 8.337 chamados da população durante o período.

A maioria das solicitações foi para vistorias de alagamentos (1.236); deslizamento de encosta (1.141); risco de deslizamento de encosta (989); queda de muro: (198); risco de queda de muro: (535); Trincas e rachaduras em muro (221); Trincas (1.244) e enchentes: (612);