Os vereadores de Belo Horizonte vão sugerir que a prefeitura adote, em suas unidades de saúde, o protocolo de tratamento com o coquetel de cloroquina/hidroxicloroquina, azitromicina e sulfato de zinco para pacientes precoces da Covid-19. O requerimento, aprovado na última terça-feira (21), é de autoria do vereador Fernando Borja (Avante), que é advogado. “Esperamos encaminhar esse requerimento à prefeitura até o dia 28”, afirma Borja.

“A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) garantiu que a medicação está disponível na rede municipal de saúde, e disse que seu uso depende apenas de prescrição médica. Por isso, sugerimos a adesão dos protocolos clínicos de profilaxia ao Covid-19, que já são disponibilizados pelo Ministério da Saúde”, afirma Borja, lembrando que a eficácia do protocolo é defendida por especialistas como Nise Yamaguchi e  Paolo Zanoto.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que “é prerrogativa do médico prescrever ou não qualquer medicamento, nas doses recomendadas, de acordo com o quadro clínico e a necessidade de cada paciente. A posição da PBH segue os pareceres do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira (ABM), que defendem autonomia de cada médico. 

Ainda não existe nenhum estudo que comprove que os medicamentos são eficientes, nem que indique o contrário.  Na avaliação do infectologista Estêvão Urbano,  integrante do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, enquanto não houver comprovação científica da eficácia da cloroquina, não cabe à prefeitura recomendar o medicamento.

“O que existem são dados controversos, e essa controvérsia não permite que a prefeitura tome um posicionamento. Mas isso pode mudar, pois essa é uma questão que sempre será discutida com responsabilidade, dentro da ciência. A gente deita, levanta, almoça e janta discutindo tudo isso”, destaca o infectologista.