A Justiça acatou, nessa terça-feira (9), a denúncia apresentada contra os veterinários Marcelo Simões Dayrell e Francielle Fernanda Quirino dos Santos. Donos da clínica veterinária Animed, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, eles são acusados de crimes como maus-tratos, estelionato e poluição ambiental. Outras dez pessoas também se tornaram rés no processo criminal.

As investigações apontaram que os animais eram congelados depois de mortos, para que fossem cobradas mais diárias dos tutores. Retirada sem autorização de sangue para venda de pets levados à clínica para banho e tosa é outra prática criminosa citada pela acusação.

Marcelo Dayrell e Francielle dos Santos chegaram a ser presos e atualmente estão em liberdade. Também se tornaram réus sete veterinários, dois gerentes e o advogado da empresa. Todos vão ter um prazo de dez dias para responderem à acusação por escrito, quando poderão apresentar suas respectivas defesas.

Representante de um dos tutores vítimas das irregularidades, a advogada Gabriela Simões diz que a informação é recebida com "ansiedade". "A sensação de impunidade deixava todos [os tutores] ansiosos. É uma luta que não chegou ao fim", afirmou.

Ela representa Bruno Monteiro, que teve o cão submetido a um procedimento cirúrgico na perna. Segundo a advogada, a investigação confirmou um erro médico no procedimento, que resultou em sequelas para o animal. "Ele toma remédio até hoje", contou Gabriela.

A reportagem tenta contato com a defesa dos acusados. O espaço permanece aberto para ser enviada uma posição oficial.

Relembre o caso

Em novembro de 2019, a clínica veterinária Animed, em Nova Lima, foi alvo de uma operação da Polícia Civil, após denúncias de irregularidades. À época, também foram expedidos mandados de prisão contra o veterinário Marcelo Simões Dayrell e Francielle Fernanda Quirino dos Santos, donos do espaço.

Em maio de 2021, treze pessoas, incluindo o casal, foram indiciadas pela Polícia Civil no inquérito que apurou as irregularidades que teriam sido cometidas na clínica veterinária. Em outubro do mesmo ano, o Ministério Público ofereceu a denúncia.