Há uma semana, um caso de rapto de criança na região do Barreiro, em Belo Horizonte, movimentou as redes sociais e deixou mães e pais em alerta. Até então, uma jovem de 20 anos afirmou que a filha de apenas 4 meses só não foi levada por um bandido porque um ciclista apareceu para salvá-la. No entanto, no fim da tarde desta quinta-feira (25), a Polícia Civil informou que o caso foi inventado pela mulher. Como justificativa, ela afirmou que uma “voz interior” mandou que ela contasse a mentira.

De acordo com a corporação, após a denúncia do crime contra a criança, as investigações começaram e a dona de casa prestou depoimento rico em detalhes com o que teria acontecido. Ela contou que a caminho de um ponto de ônibus no bairro Milionários, após sair de um posto de saúde, foi abordada por um homem de cor parda, cabelo cacheado, usando boné, bermuda jeans e blusa branca, que puxou a criança e fugiu.

Desesperada, ela começou a gritar por socorro no momento em que o “sequestrador” corria em direção à avenida Olinto Meireles, uma das principais da região. Nesse momento, apareceu um ciclista “herói” que conseguiu salvar a criança. Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Militar no dia 12 de agosto.

Após o relato desesperado de uma mãe que por pouco perdeu a filha para um criminoso, a polícia começou a ouvir testemunhas e analisar imagens de câmeras de segurança da região. Com isso, policiais perceberam que o caso se tratava de uma farsa. A mulher foi chamada novamente à delegacia e confessou a mentira.

Apresentando um atestado de tratamento psiquiátrico, que ainda não se sabe se é verdadeiro, a jovem disse que a “voz interior” mandou que a farsa fosse criada. Confirmada a falsa comunicação de crime, a mãe da criança assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e terá que comparecer posteriormente ao Juizado Especial Criminal. Caso seja condenada, ela pode pegar até seis meses de prisão.

Boatos nas redes sociais

O caso foi amplamente divulgado no Facebook e WhatsApp com o objetivo que pais e responsáveis por menores de idade tomassem cuidado com uma onda de sequestro na capital. A polícia alerta que, além de ser crime, histórias inventadas, como a do Barreiro, dificultam o trabalho policial quando há uma ocorrência verdadeira.