Com as orientações das autoridades de saúde e determinações governamentais, alguns comércios ficaram inviabilizados de funcionar para a contenção do coronavírus. No tradicional Mercado Central de Belo Horizonte, que antes da pandemia era ponto certo de encontro e de compras, o cenário mudou totalmente e é possível ver corredores desertos. Apenas 25% das lojas estão abertas no local e, parte delas, atendendo apenas para entregas ou retirada no local.

Enquanto os pequenos lojistas precisam se reinventar para manter o estabelecimento funcionando, alguns pontos tradicionais do Mercado acabaram fechado as portas – temporariamente – e os donos se preocupam com o futuro próximo. Esse é o caso, por exemplo, dos conhecidos Bar da Lora e Casa Cheia, alguns dos restaurantes tidos como referências no local.

Eliza Fonseca, a Lora, dona do bar que leva o seu nome, fechou o comércio no Mercado Central e utilizou um outro ponto comercial dela para atuar apenas com entregas. As vendas, segundo ela, despencaram. “Estou desesperada, não está vendendo nada e aqui não pode abrir. Ainda tem algumas lojas que estão pedindo marmitex, mas Uber Eats e Ifood estão pedindo muito pouco”, disse Eliza à reportagem.

Na avenida Augusto de Lima, Lora tem preparado porções, almoços e caldos. Do lado de fora, o anúncio do marmitex a R$ 12 mostrava um cardápio com tutu de feijão, macarrão, lombo ao molho barbecue, feijão tropeiro e a tradicional porção de fígado com jiló. O frasco de álcool em gel em cima do balcão ajuda no combate ao coronavírus.

A empresária afirmou que nunca passou por situação parecida e que o desespero aumenta com as despesas que não param de chegar. Eliza Fonseca disse que não consegue “nem pensar neste momento” sobre fechar algumas das lojas por ter várias preocupações.

Cenário parecido ocorre com o Casa Cheia, que está há mais de 45 anos no Mercado Central. Com uma outra loja na Savassi, na região Centro-Sul, que está funcionando para delivery e retirada no local, os administradores do restaurante decidiram interromper as atividades no Mercado.

Errata

Sobre um possível fechamento, o restaurante Casa Cheia afirma que ˜não tem intenção de encerrar suas operações conforme mencionado na matéria do dia 25/03/20. Na realidade, as operações estão temporariamente suspensas em obediência às determinações do Poder Público. Estamos atendendo via delivery e pedidos To Go, através da unidade da Savassi, localizada à rua Cláudio Manoel 784. A intenção do restaurante Casa Cheia é retomar as atividades regulares tão logo seja possível. A colaboradora citada na reportagem como sócia, Amanda Cardoso, na realidade é a Gerente Financeira do Grupo Casa Cheia. Esperamos com isso esclarecer os equívocos ocorridos. Rafael Jesus, Diretor Executivo Grupo Casa Cheia.˜

Atualizada em 25 de março de 2020