Dia dos Avós

Casa Fiat de Cultura prepara programação especial para este domingo

Em tempos de distanciamento social, data será celebrada com contação de história com Júlia Medeiros e bate-papo sobre o Museu dos Brinquedo

Por Patrícia Cassese
Publicado em 25 de julho de 2020 | 03:00
 
 
 
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Em homenagem aos vovôs e às vovós, acontece neste domingo (26), dia em que se festeja o Dia dos Avós, uma programação online especial no canal da Casa Fiat de Cultural no YouTube. Às 10h, haverá contação de história com a escritora Júlia Medeiros, autora do livro "A Avó Amarela. Às 11h, o Encontros com o Patrimônio recebe Tatiana de Azevedo, diretora do Museu dos Brinquedos. Ela conversa com Ana Carolina Ministério, historiadora e educadora da Casa Fiat, sobre o tema “De avós para netos: heranças e tradições dos brinquedos”. Para participar, o interessado deve se inscrever na Sympla. Toda a programação é gratuita.  
 
Júlia é neta de Esmeralda e Beatriz. Um dia, achou uma foto em que ambas vestiam roupas iguais, mas com cores diferentes, e, desde então, as chama de 'Vó Amarela' e 'Vó Azul'. A 'Vó Azul' ganhou a personagem Tamporina, no Grupo Ponto de Partida; a 'Amarela', um livro em sua homenagem.  "A Avó Amarela" (ÔZé Editora, 2018), com ilustrações de Elisa Carareto, narra um almoço de domingo em família na casa da personagem. "Eu cresci bem perto das duas, mesmo a 'Amarela' morando em outra cidade. E existia um certo ritual nesses encontros (que aconteciam quase sempre aos domingos), que me atraia muito. Não sei se foram muitos domingos com ela ou a sensação de ter sido o mesmo domingo várias vezes - essas cenas foram ficando gravadas na minha memória", contou a autora, ao Magazine
 
"Minhas avós eram muito diferentes uma da outra, e muito marcantes, as duas", prossegue Júlia. "As visitas eram sempre um processo de imersão, como se elas fossem também aqueles lugares que elas habitavam e aquilo tudo começasse a ir morando dentro de mim. Essa incursão neste universo estético, rítmico e íntimo de uma outra pessoa foi muito forte. Na infância, é avassalador. Acho que existe uma tensão entre estranhamento e familiaridade que permite que a gente seja espectador e, ao mesmo tempo, personagem daquelas cenas afetivas. Eu não sabia, mas acho que o meu convívio com elas já era literário. Então, quando me sentei para escrever, esse registro veio muito forte - e não tive muita escolha, não", descreve Júlia. 
 
E sim, a relação com a 'Avó Amarela' segue de forma "ótima, supergostosa". "Ela é um superdoce, acabou de fazer 84 anos, e tem uma saúde ótima, apesar de um dorzinha aqui e ali. Mas a vida inteira foi muito ativa. Agora, a gente está se falando por telefone, mas é sempre uma delícia conversar com ela! Acho que o carinho sempre dá um jeito de chegar. Ele acaba sempre chegando", prossegue Júlia.
 
A escritora também contará um pouco de sua trajetória artística e do Prêmio Jabuti, que conquistou em 2019, com "A Avó Amarela". A obra também recebeu as condecorações Catálogo de Bologna 2019, Prêmio FNLIJ 2019 – Autora revelação, Prêmio FNLIJ 2019 – Ilustradora revelação, Altamente Recomendável – Categoria Criança – FNLIJ 2019 e ficou entre os 30 Melhores da Revista Crescer 2019. Nâo bastasse, foi selecionado para Bienal de Ilustração de Bratislava (República Tcheca) e para o catálogo “White Ravens” 2019, da Biblioteca Internacional de Munique (Alemanha).  "Costumo dizer que é um livro sortudo. Porque estamos em 2020 e ele continua atraindo a atenção das pessoas. Isso prova como esse tema, essa relação da infância com uma outra geração é um afeto fortíssimo, muito potente. Continuam saindo resenhas, lives estão acontecendo sempre, enfim, ele não deixa de ganhar espaço e acho que muito por conta dessa afeto que existe entre netós e avós".
 
Júlia Medeiros nasceu em São João del-Rei. É escritora, atriz, compositora, dramaturga e gestora cultural. Por 16 anos, integrou o Grupo Ponto de Partida. Também atuou no coro Meninos de Araçuaí e na Bituca – Universidade de Música Popular. Participou do disco e DVD "Pra Nhá Terra" e da coleção "Presente de Vô", ambos com o Ponto de Partida e o coro Meninos de Araçuaí, e do DVD "Do Outro Lado", com o Projeto Árvore da Vida. 
 
O Encontros com o Patrimônio “De avós para netos: heranças e tradições dos brinquedos” será às 11h. Ana Carolina Ministério, historiadora e educadora da Casa Fiat de Cultura, fará um percurso pela história da infância e a importância do brincar, apresentará brinquedos, brincadeiras e práticas tradicionais, como marionetes, papagaio de papel e carrapeta (adaptação brasileira do peão), além de destacar os brinquedos como importante ferramenta histórica e de diferenciação cultural pelo mundo. Já Tatiana de Azevedo, diretora executiva do Museu de Brinquedos, resgatará as memórias afetivas da própria família, por meio do Museu, fundado por sua avó, Dona Luisa. 
 
Ela participará da transmissão diretamente do Museu dos Brinquedos, de onde mostrará objetos exemplares emblemáticos, como uma boneca alemã de 1915, e uma coleção dos anos 1980, que conta com os bonecos Fofão e Topo Gigio, dentre outros personagens que marcaram essa geração. . 

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