Desde o início da pandemia, Ceumar se refugiou em Itanhandu, no Sul de Minas, onde nasceu e local sempre presente em sua vida. Foi no quintal de sua chácara na zona rural da cidade que a cantora, compositora e instrumentista, em meio ao cantos dos passarinhos, gravou vídeos interpretando algumas de suas canções, entre elas o samba “Justo”, parceria com Tata Fernandes e Kléber Albuquerque, e a delicada “Liberdade”, composta com Gildes Bezerra. No Rio de Janeiro, o cantor e multi-instrumentista Lui Coimbra registrou músicas como “Minha Ciranda”, poema de Mario Quintana que ele musicou, e “Melodia Sentimental”, de Heitor Villa-Lobos.

Da união à distância entre os artistas nasceu o repertório do pocket showque vai ao ar nesta sexta-feira (14), às 18h, no site do Bossa Criativa – Arte de Toda Gente, como parte da programação do projeto, que é iniciativa da Funarte realizada em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Eu e Lui temos uma linguagem parecida, foi ele quem me convidou para participar do Bossa Criativa. Fiz minhas gravações daqui, ele fez de lá, e vamos fazer duas músicas juntos, uma delas é ‘Avesso’, canção minha que o Lui gosta muito”, comenta a cantora mineira.

A parceria de Ceumar com o artista carioca não vem de agora. Em 2018, a dupla e o violeiro paulista Paulo Freire se reuniram no coletivo Viola Perfumosa, que lançou disco homônimo em junho daquele ano em homenagem a atriz e cantora Inezita Barroso, legítima representante da nossa música sertanejo.

Enquanto a rotina de shows e turnês não volta ao normal, Ceumar passa os dias aproveitando os ares na cidade natal, o que ela considera um privilégio. “É um presente poder estar aqui mais perto da natureza, trabalhar com outras coisas, com a questão da terra, da ecologia. Tenho uma pequena horta. Estou tentando ordenar isso junto com as artes, não deixar de compor, de criar”, ela afirma.