Foram dois anos sem a Virada Cultural em Belo Horizonte e, às 19h, desse sábado (20), teve início a maratona de 24 horas ininterruptas do evento que, na edição 2019, reuniu mais de 400 atrações musicais, cênicas, visuais, gastronômicas e tecnológicas espalhadas pela cidade. A primeira noite, coroada pela apresentação pela diversidade de Daniela Mercury, na Praça da Estação. No domingo (21), por sua vez, o palco desse mesmo espaço recebeu o rapper mineiro Djonga, que encerrou as últimas atividades da Virada.

Apesar de os números oficiais de público, ocorrências policiais e demandas médicas ainda não terem sido divulgados pelos órgãos responsáveis, O TEMPO preparou um balanço geral do evento a partir da percepção dos repórteres que foram às ruas. Confira os principais pontos da avaliação:

Segurança: Não foram encontrados muitos policiais ou guardas civis pelas ruas no sábado (20) e não percebemos situações de conflito ou reclamações de roubo. Funcionários da Fundação Municipal de Cultural (FMC) informaram que, até a tarde de domingo, não foram registradas queixas dessa natureza, mas sim denúncias de furto de celulares e outros pertences.

Só percebemos mais policiais na saída da Praça da Estação no domingo (21), mas todos estavam concentrados naquela região e algumas viaturas da Guarda Municipal na Praça Sete. Mais informações sobre queixas e denúncias devem ser expostas após um balanço pelos órgãos oficiais nesta segunda-feira (22). 

Distribuição: as atrações foram bem espalhadas por vários pontos da cidade. Além disso, foram eventos distintos para públicos diferentes. No primeiro dia, não percebemos aglomerações ou lotação a ponto de um espaço se tornar desconfortável e o trânsito de um ponto a outro foi tranquilo. 

Contudo, no domingo, com o encerramento das atividades em horários muito próximos, o deslocamento se tornou quase impraticável nas principais vias - avenida dos Andradas e avenida Amazonas, por exemplo. Para quem chegou tarde no show do rapper Djonga, não foi fácil conferir a performance, algumas pessoas nos procuraram após o show para apontar que, no fundo, o som não estava muito bom e, mais à frente, estava bastante cheio. Ainda assim, nada que fizesse com alguém desistisse. 

Comida: as opções de comida de rua, como carrinhos e food trucks, estavam bem distribuídos e com muitas opções. Entretanto, o Viradão Gastronômico, promessa da edição, não cumpriu muito com o objetivo proposto. Muitos optaram para as opções disponíveis na rua, próximas aos eventos e nos espaços de transição. Outro ponto que fez a diferença foi que os 30 estabelecimentos integrados ao Viradão não funcionou durante as 24 horas - uma proposta mais interessante - e muitos fecharam bem cedo no sábado.

Banheiro: se os espaços estivessem mais lotados ao longo de toda a Virada Cultural, talvez a quantidade de banheiros não fosse suficiente para suprir a demanda. Inclusive, não percebemos muito cheiro de xixi pela rua ao longo dos dois dias. 

Acessibilidade: muitos eventos contaram com o recurso de intérpretes que traduziam as frases ditas para libras - a Língua Brasileira de Sinais. Um guia da programação completa com o mapa dos principais palcos foram distribuídos, mas faltou uma comunicação visual com maior destaque em pontos estratégicos, com indicação dos palcos/lugares das atrações.