EM SEGREDO

Novo bar 'escondido' de BH adesiva câmera de clientes para impedir fotos; conheça

Recém-inaugurado, Flora Secreta oculta-se nos fundos de uma floricultura

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 24 de maio de 2024 | 06:00
 
 
 

Da última vez em que você foi a um bar bonito, quantas fotos postou nas redes sociais? Se tiver sido no novo A Flora Secreta, nenhuma. Assim que os clientes chegam ao bar, a equipe adesiva as câmeras dos celulares, e assim elas devem permanecer durante toda a noite. Faz parte da proposta de manter o mistério de speakeasy, um “bar secreto”, modalidade que já é relativamente comum em São Paulo e, agora, chega a Belo Horizonte.

O conceito é uma brincadeira com os bares norte-americanos dos anos 1920, quando a Lei Seca em vigor nos EUA proibiu a venda de bebidas alcoólicas no país. Os speakeasies originais eram de fato escondidos, pois operavam na ilegalidade. Décadas depois, bares resgatam parte do suspense por trás dessa ideia e se instalam de forma discreta nos fundos de outras lojas, com uma divulgação reduzida nas redes sociais.

A Flora Secreta é o mais novo empreendimento desse tipo em Belo Horizonte, aberto no último mês. Instalado no número 510 da rua Guaicuí, no bairro Coração de Jesus, na região Centro-Sul, de dia ele se “disfarça” de floricultura, e à noite se revela um misto de bar, balada e restaurante. “A floricultura também é nossa e é uma operação completamente separada. A floricultura tem um pouco da estética do que tem lá dentro do bar, mas nosso intuito foi deixá-la bem simples para que a pessoa tenha um impacto visual grande quando entra no bar”, introduz o fundador do estabelecimento, Daniel Magah. Concretizar a ideia demandou um investimento de R$ 2 milhões, segundo o empresário. 

Para ter acesso ao “segredo”, os clientes digitam uma senha de acesso única na fechadura eletrônica nos fundos da floricultura, que recebem depois de confirmar a reserva. Para reservar, é necessário fazer contato pelo site ou pelo perfil do Instagram — que é fechado. A partir daí, é o momento de perder o acesso à câmera do celular. “Não permitimos foto porque nossa missão com esse estabelecimento é proporcionar conexões reais, para aproveitar o momento e se desconectar. Temos um ambiente completamente 'instagramável', tudo dá vontade de tirar foto. Mas não permitimos para que as pessoas vivam aquilo”, justifica Magah.

Aberta de quarta a sábado, a casa reveza ritmos — do jazz ao house — e tem capacidade para receber até 140 pessoas por vez. No cardápio, estão drinks de R$ 36 a R$ 78, petiscos de R$ 42 a R$ 170 e pratos principais R$ 84 a R$ 164.

Speakeasy é ‘um segredo no sótão’ do Seu Bias

Outro speakeasy que deve ser inaugurado em BH no final deste mês é o Rosso, no sótão do casarão do Seu Bias, restaurante aberto neste ano na avenida Bias Fortes, no Lourdes. Com uma carta de drinks e comidas diferentes daqueles do andar de baixo, o Rosso promete uma experiência intimista para 30 a 50 pessoas por vez, com tempo máximo de permanência de duas a três horas na casa.

A experiência começa já na entrada, descreve o fundador da casa, Pedro Henrique Amorim. Ao fazer uma reserva, os clientes receberão pistas de quem devem procurar na casa para então ser guiados por uma “entrada secreta” até o “bar dentro do bar”. “Pegamos muitas referências de speakeasies de Los Angeles, Nova York e da Europa. Também pegamos muitas de São Paulo. Lá, há outra dinâmica, e precisamos entender como é a de Belo Horizonte. A ideia da reserva e da hora de permanência é mais comum em São Paulo, e veremos como será aceita pelo público belo-horizontino”, pondera Amorim.

Além do toque misterioso próprio de um speakeasy, “esconder” o Rosso no Seu Bias ressalta a arquitetura do casarão, que foi restaurado com um investimento de aproximadamente R$ 5 milhões, explica o empresário. “Muita gente nunca entrou em um casarão em BH”, pontua.

É um investimento que Amorim quer reverter não apenas em clientes, mas em relações de negócios. Nos dias em que não funcionar como bar, o Rosso será um espaço de encontro para nomes da economia belo-horizontina: “na segunda ou na terça, teremos um social club para conectar pessoas da cena de BH que deveriam se conhecer, como CEOs e CFOs. Queremos criar um ambiente para isso, para Belo Horizonte crescer economicamente”, finaliza.

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