Os portais estão abertos. Foi com essa sugestiva frase, remetendo ao universo mágico e lúdico, que o empresário Jordan Marcos Ferreira anunciou nas redes sociais a inauguração do Bardo Mago - nova casa de jogos de cartas e tabuleiros localizada no Sagrada Família. Aberto no início de julho, o local vem suprir a demanda deixada pelo Soho, extinto em 2018, e pelo Funtasy, que encerrou suas atividades em março. 

“O nome, além de ser um trocadilho, faz referência à figura do bardo - um personagem responsável por contar histórias. Sempre adorei jogos e gostava de frequentar esses lugares. Percebi que a galera ficou órfã depois que esses locais fecharam as portas. É um segmento bem específico e que tem público cativo. Eu enxerguei uma oportunidade de negócio e decidi investir”, explica. 

O local iniciou os trabalhos oferecendo 230 jogos, com expectativa de chegar a 380 nas próximas semanas. Para jogar no local, o cliente paga uma taxa de "couvert lúdico" - que varia de R$ 15 a R$ 25, dependendo do dia da semana. O público também tem a alternativa da locação para se divertir em casa - basta escolher o tipo de jogo e o número de dias que se deseja permanecer com o produto. Há opções a partir de R$ 5. 

O proprietário explica que há opções para todos os gostos e que a escolha varia de acordo com o tipo de grupo e humor do dia. “Depende se você quer passar horas imerso em um jogo de concentração com seu amigo ou quer algo rápido e descontraído para se divertir em grupo. Costumo dizer que qualquer pessoa gosta de jogar, só precisa descobrir qual opção mais se adapta a ela”, garante. 

A estudante Isabelly foi conhecer o local com a melhor amiga. Foto: Flavio Tavares/O Tempo

Apaixonada por jogos de cartas, a estudante Isabelly Almeida, de 15 anos, decidiu conhecer o local após achar o perfil do Bardo Mago no Instagram. Acompanhada da sua melhor amiga, Isabella, as duas dividiram uma batata frita enquanto jogavam Kariba, Taco Gato e Draftossaurus.

“Inicialmente, eu achei que se tratava somente de um bar mesmo, voltado para adultos e que só oferecia bebidas alcóolicas. Me surpreendi quando cheguei lá, o ambiente acolhe todas as idades. Dá para ir com amigos ou com a família. Também gostei do atendimento, ter facilitadores explicando os jogos melhorou muito a experiência”, afirma. 

Os facilitadores, mencionados pela jovem, são um grupo de seis funcionários contratados a dedo por Jordan para explicar os jogos aos clientes. Eles passaram por um treinamento de um mês para conhecer todos os jogos da casa e poderem instruir os consumidores com mais propriedade. 

“Também adotei a estratégia de não cobrar taxa de entrada. Quem decidir jogar, paga o 'couvert lúdico'. Se a pessoa não quiser jogar, ela não paga o valor cobrado pela explicação e fica livre para conhecer a casa e petiscar algo, por exemplo”, diz. 

Bardo Mago conta com 230 opções de jogos. Foto: Flavio Tavares/O TEMPO

O cardápio, aliás, traz uma conhecida referência dos amantes de bares de jogos da capital mineira. Jordan fez questão de incluir a famosa porção de 1kg de batata frita, que era servida no Soho, além de opções de hambúrguer e pastéis. 

“Também temos os famosos drinks sem álcool, já que os mais jovens não podem consumir álcool. Como são bebidas muito bonitas, eles adoram fotografar e postar nas redes sociais. O ambiente todo, inclusive, é bastante instagramável. Temos um mago gigante em uma das paredes e luzes de LED no teto. O ambiente é moderno e lúdico ao mesmo tempo.”

Das telas para o tabuleiro 

Buscando um ambiente diferente, que não servisse só comidas e bebidas, a engenheira civil Roberta Simões experimentou pela primeira vez um bar de jogos. Foi acompanhada do marido Joaquim e dos filhos Helena, de 12 anos, e Lúcio, de 9. Entretidos com jogos de mímica, equilíbrio e conhecimentos gerais, a família permaneceu no local por mais de quatro horas. 

“O que mais gostamos foi a interação. É legal para o adulto relembrar os tempos de infância e, para as crianças, é um incentivo para sair das telas. Também me chamou a atenção a variedade de jogos. Queríamos algo que meu caçula pudesse jogar, mas não tão infantil a ponto dos adultos ficarem entediados. O bar conseguiu atender a essa demanda”, diz. 

Roberta com o marido Joaquim e os filhos, Helena e Lúcio: diversão em família para sair das telas. Foto: Flavio Tavares/O TEMPO

Roberta também aprovou o cardápio e achou justa a taxa cobrada pelos serviços dos explicadores de jogos. “Achei ótimo pagar R$ 15 por pessoa e poder jogar à vontade, é um bom custo benefício. Ao todo, incluindo comidas e bebidas, pagamos cerca de R$ 350. Pretendemos voltar mais vezes.”

Para Jordan, conseguir fazer com que as pessoas “larguem” o celular e se concentrem em um jogo de cartas ou tabuleiro é sinal que a “experiência analógica” ainda vale a pena. “Passar algumas horas em um ambiente imersivo, aproveitando de fato a companhia das pessoas, é muito importante. Os jogos são uma maneira lúdica de se desconectar do mundo digital”, garante o proprietário.