O comércio de Belo Horizonte fechou 2024 com crescimento de 2,04%, registrando a maior alta dos últimos quatro anos. Os números do Termômetro de Vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) foram divulgados nesta terça-feira (25/2). Em 2023 o setor teve aumento de 1,36%. Já em 2022 o índice ficou em 1,32% e em 2021 o acumulado do ano foi de 1,34%.

O levantamento revelou que no acumulado de 2024 todos os segmentos avançaram, com destaque para Drogarias e Cosméticos, que apresentou crescimento de 6,1%. Em seguida aparecem os seguintes setores: Supermercados (4,9%); Vestuário e Calçados (4,5%); Papelarias e Livrarias (3,58%); Veículos e Peças (2,97%); Artigos Diversos, que incluem  brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, bicicletas e instrumentos musicais (2,77%) e Material Elétrico e de Construção (2,33%).

Na comparação anual (Dez.2024/Dez.2023) as vendas apresentaram crescimento de 1,88%, consolidando a trajetória de estabilidade com desempenho superior ao observado em 2023, que foi de 1,43%. Segundo o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, o resultado reflete um cenário de recuperação sustentada do consumo, impulsionado por fatores estruturais e sazonais. “O desempenho positivo é resultado de um cenário favorável aos padrões de consumo, movimentado pelo Natal e festividades de fim de ano que aqueceram o comércio. Também podemos destacar os efeitos da recuperação do crédito e o aumento da renda disponível, que vêm movimentando a economia”.

Os segmentos que se destacaram na comparação anual foram: Supermercados (5,15%); Drogarias e Cosméticos (5,12%); Papelarias e Livrarias (3,16%); Vestuário e Calçados (2,97%); Artigos Diversos (2,96%); Veículos e Peças (2,59%); Material Elétrico e de Construção (2,19%); Eletrodomésticos e Móveis (2%) e Informática (1,98%). 

Expectativas para 2025

O da CDL/BH afirma que o cenário de juros elevados em 2025 trouxe dificuldades, restringindo o acesso ao crédito, afetando alguns setores e o poder de compra de uma parte da população. “Com uma política de juros mais elevados, esperamos que o governo tenha o cuidado de manter uma taxa que não retraia o crescimento econômico e não crie um ambiente que dificulte o acesso ao crédito, imprescindível para a atividade econômica e atração de investimentos diretos”, afirma. 

Para Souza e Silva, o Brasil vem caminhando de forma positiva. O grande impasse continua sendo a questão fiscal. “Para termos um crescimento sustentável no longo prazo, temos que zelar pelos gastos públicos, pela revisão de despesas e reforço no desenvolvimento social. Precisamos manter um ambiente saudável de negócios com segurança jurídica e estabilidade, para possibilitar a atração de novos investimentos”, disse. 

O presidente da CDL/BH afirma que em 2025, o setor de comércio e serviços de Belo Horizonte e de todo o Brasil viverá um momento crucial, exigindo que as empresas se ajustem às novas demandas dos consumidores, aproveitem as inovações tecnológicas e invistam em práticas sustentáveis. “O ano de 2024 mostrou que, apesar dos desafios, o setor apresentou uma grande capacidade de adaptação e resiliência”, concluiu.