Um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) analisou emprego, renda, saúde e educação nos 5.570 municípios do país e revela que 57 milhões de brasileiros vivem em municípios com baixo ou crítico desenvolvimento. Águas de São Pedro, em São Paulo, lidera o ranking nacional.

O QUE ACONTECEU

A Firjan divulgou nesta quinta-feira (8) a edição mais recente do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), que avalia o nível de desenvolvimento de todas as cidades brasileiras com base em três áreas: emprego e renda, saúde e educação. Águas de São Pedro (SP) lidera o ranking nacional de 2023, com nota 0,8932.

A evolução do país foi significativa na última década, mas ainda é desigual. Em 2013, apenas 0,2% dos municípios brasileiros estavam na faixa de desenvolvimento "alto". Em 2023, esse percentual subiu para 4,6%. No mesmo período, o índice médio do país passou de 0,4674 para 0,6067 - um avanço de quase 30%. Segundo o estudo, 99% das cidades melhoraram seus índices.

O IFDM varia de 0 a 1 e é dividido em quatro faixas: crítico (menos de 0,400), baixo (de 0,400 a 0,599), moderado (de 0,600 a 0,799) e alto (a partir de 0,800). São considerados dezenas de indicadores, como taxa de pobreza, PIB per capita, evasão escolar, vacinação, mortalidade infantil e gravidez na adolescência.

Mesmo com a melhora geral, o Brasil segue dividido entre extremos de desenvolvimento. Enquanto 4,6% dos municípios alcançaram o patamar mais alto, 47,3% ainda estão nas faixas "crítico" ou "baixo" - o equivalente a 57 milhões de pessoas. O Norte e o Nordeste concentram 87% dos municípios nessa situação. No Amapá, 100% das cidades têm desenvolvimento considerado insatisfatório. Já São Paulo tem apenas 0,3% dos municípios nessas categorias.

Todas as dez cidades mais bem colocadas no ranking estão nos estados de São Paulo e Paraná. A capital paranaense, Curitiba, é a mais bem posicionada entre todas as capitais, ocupando o terceiro lugar geral, com índice de 0,8855.

"Municípios menos desenvolvidos estão 23 anos atrasados em relação aos mais desenvolvidos", afirmou o economista-chefe da Firjan, Jonathas Goulart. Ele alerta que, no ritmo atual, cidades com desenvolvimento crítico só alcançarão o padrão das mais avançadas em 2046. "Apesar de o país ter uma única Constituição e um único regime político, são realidades completamente distintas".

As 10 cidades mais desenvolvidas do país, segundo o IFDM 2023:

Águas de São Pedro (SP) - 0,8932
São Caetano do Sul (SP) - 0,8882
Curitiba (PR) - 0,8855
Maringá (PR) - 0,8814
Americana (SP) - 0,8813
Toledo (PR) - 0,8763
Marechal Cândido Rondon (PR) - 0,8751
São José do Rio Preto (SP) - 0,8750
Francisco Beltrão (PR) - 0,8742
Indaiatuba (SP) - 0,8723

Capitais com melhor e pior desempenho no ranking:

As cinco melhores capitais:

Curitiba (PR) - 0,8855
São Paulo (SP) - 0,8271
Vitória (ES) - 0,8200
Campo Grande (MS) - 0,8101
Belo Horizonte (MG) - 0,8063

As cinco piores capitais:

Macapá (AP) - 0,5662
Boa Vista (RR) - 0,6319
Belém (PA) - 0,6390
Salvador (BA) - 0,6442
Manaus (AM) - 0,6555