Minas Gerais é o segundo estado do Brasil com o maior número de investidores pessoas físicas na Bolsa de Valores brasileira, com mais de 618.053 contas sob custódia, segundo dados da própria B3 referentes a julho de 2025. O levantamento revela que o contingente de investidores mineiro quase dobrou em relação, quando somava 317.461 – um crescimento de 94,68%. O valor total investido é de R$47,74 bilhões, o terceiro maior do país. A quantia representa 8,13% de todo o capital aplicado.

O gestor e sócio da Garoa Wealth Management, Fernando Camargo Luiz, destaca que Minas Gerais é um estado estratégico para a atuação da consultoria, que se dedica à construção de planos de investimento alinhados ao perfil dos investidores, além da análise de portfólios para otimização da relação risco-retorno. 

"O potencial da região é enorme, especialmente quando analisamos a composição das carteiras dos clientes locais. Muitos investidores assumem riscos desnecessários, alocando grande parte de seus recursos em renda fixa atrelada a crédito privado corporativo", alerta Luiz, ao destacar que o número de investidores ainda está aquém do potencial do Estado.

Recém-chegada ao mercado, a consultoria já administra mais de R$1 bilhão em patrimônio sob acompanhamento e R$1,5 bilhão em carteiras analisadas e reformuladas.

A região Sudeste representa 51% do total de pessoas que investem em produtos financeiros em todo o Brasil, acima da média nacional de 37%. A região é predominante entre os investidores de caderneta de poupança (48%) e entre os investidores que diversificam os investimentos (38%), segundo pesquisa realizada pela Anbima.

"Há consultorias que recomendam que os clientes aloquem mais da metade da carteira em FIDCs e fundos multimercado de crédito privado, sob o argumento de que esses ativos oferecem estabilidade e performance superior ao CDI, com riscos pulverizados. No entanto, essa percepção de baixa volatilidade é enganosa", destaca Luiz.

Segundo ele, o crédito privado corporativo traz um risco adicional relacionado à liquidez. Caso o investidor precise se desfazer do ativo antes do vencimento, não é garantido que ele conseguirá realizar essa venda e há o risco de sofrer uma perda total desse investimento.

"O alerta que fazemos é: se o seu perfil é conservador, evite esse tipo de armadilha. Busque fundos com estratégias de proteção de capital e liquidez, seja para investimentos de curto e médio prazo ou para previdência. Até fundos de renda fixa considerados conservadores podem conter até 20% do portfólio em crédito privado, conforme permitido pela regulamentação, o que pode gerar riscos desnecessários", ressalta.

Outro ponto relevante é que muitos profissionais do mercado evitam recomendar alternativas mais seguras porque as comissões são mais baixas, gerando um conflito de interesses.

"Criamos a Garoa Wealth para atuar de forma independente, sempre priorizando o melhor interesse do cliente. Nosso modelo de remuneração é transparente: não recebemos comissões de corretoras ou emissores de produtos financeiros. Nossa receita vem exclusivamente dos clientes, o que nos permite recomendar os melhores ativos de qualquer instituição, sem viés comercial", explica Luiz.