A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) detalhou, nesta terça-feira (29/7), o impacto do tarifaço de Donald Trump a estados brasileiros. Em Minas Gerais, a entidade calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) sofrerá uma queda de R$ 1,6 bilhão. Em todo o Brasil, onde a taxa da Casa Branca será de 50%, o impacto pode superar os US$ 19 bilhões, com o Sul e o Sudeste sendo as regiões mais impactadas pela barreira tarifária que ameaça 110 mil empregos no país.  

Em Minas, a quinta unidade federativa que mais vai somar prejuízos, a metalurgia será o setor mais afetado. O segmento responde por 37,6% das exportações do estado aos EUA e deve amargar um prejuízo de R$ 1,7 bilhão, valor originado com as negociações às indústrias norte-americanas. A produção vegetal e animal figura em segundo lugar, como a segunda cadeia mais impactada. 

Os negócios do setor com os EUA somam US$ 1,5 bilhão, enquanto o setor de alimentos, ligado à agropecuária, seria o terceiro mais prejudicado, segundo a CNI. Os EUA são o terceiro principal destino das mercadorias brasileiras. Os produtos com origem mineira mais negociados com o mercado dos Estados Unidos são o café e o ferro fundido bruto. 

Em todo o país, São Paulo será o estado com maior perda financeira, seguido por Rio Grande do Sul e Paraná. De acordo com a CNI, os Estados Unidos representaram 44,9% das exportações do Ceará, seguido pelo Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%), São Paulo (19,0%) e Sergipe (17,1%) em 2024. 

A indústria responde pela maior parte das vendas. A forte presença americana na pauta dá a dimensão da importância e dependência de mercados como os EUA para o comércio exterior regional. "A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras. Há estados em que o mercado americano é destino de quase metade das exportações. Os impactos são muito preocupantes", avalia Ricardo Alban, presidente da CNI.