A primeira edição da InfraBusiness Expo ocupará 30 mil m² do pavilhão do Expominas a partir desta terça-feira (12), com cerca de cem expositores, representantes de toda a cadeia produtiva da infraestrutura. Ao menos 130 máquinas estarão em exposição, somando mais de R$ 300 milhões em equipamentos. 

A feira tem potencial para se tornar a maior do setor na América Latina já nesta primeira edição. A previsão é que o evento passe a ser realizado a cada dois anos. E a expectativa é que 30 mil pessoas circulem pelo Expominas durante os três dias, movimentando cerca de R$ 1 bilhão em negócios. Na solenidade de abertura, no dia 12, estão confirmadas as presenças do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), do vice-governador Mateus Simões e do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Antonio Anastasia.

A programação inclui palestras com grandes nomes do setor e da economia, como Rubens Menin, Eugênio Mattar (executive chairman da Localiza), Ana Sanches (CEO da Anglo American), Guilherme Sampaio (diretor-geral da ANTT), Henrique Salvador (presidente do Conselho de Administração da Rede Mater Dei de Saúde) e o economista Ricardo Amorim, entre outros.

Veja o vídeo:

Os idealizadores da feira, Emir Cadar Filho (CEO da Cadar Engenharia) e Ana Carolina Martins (CEO da Eficiência Construtora) foram convidados para O TEMPO Entrevista e falaram sobre o evento e o papel do mercado da construção em Minas, um dos principais vetores econômicos do país.

Confira os destaques da entrevista:

A InfraBusiness já se consolidou como a maior feira de infraestrutura da América Latina. Por que números tão robustos? O que vocês estão trazendo para Belo Horizonte?

Emir Cadar Filho: A feira foi criada a partir de uma grande lacuna em Minas, estado com a maior malha rodoviária e a segunda maior malha ferroviária do país. O estado tem as maiores concessionárias de equipamentos do país. Elas dominam alguns 30%, 40%, 50%, 70%, até 100% do mercado de alguma fabricante de máquinas. Minas sempre foi o celeiro das grandes construtoras, que construíram o país, e a gente não tinha nada aqui. E, nesse momento em que Minas vê um grande aquecimento e um boom de obras devido a vários fatores, nós enxergamos que era o momento de Minas assumir o lugar que é dele, que é de peça principal no setor de infraestrutura. E assim nasceu a InfraBusiness, nós criamos a Cube Eventos e desenvolvemos essa feira.


A expectativa de negócios é de R$ 1 bilhão? 

Ana Carolina Martins: Sim, a feira é um sucesso, graças a Deus. Nem nos nossos melhores sonhos imaginávamos que ela iria tomar uma proporção tão grande. A gente está fazendo um congresso espetacular, super-robusto, com o Ricardo Amorim, com 12 palestras da Fundação Dom Cabral, várias palestras técnicas que o Sicepot está trazendo. Pegamos o Expominas inteiro, são 30 mil metros de feira, então estamos superanimados.


A abertura tem o governador de Minas, Romeu Zema, o vice-governador Mateus Simões. Você falava das palestras, é uma programação extensa ao longo desses três dias. O que você destaca?

Emir Cadar Filho: E eu acho que o importante é que a gente conseguiu trazer as pessoas mais importantes e decisivas da infraestrutura mineira e nacional. Como é que a gente fez isso que eu falei? Nós começamos a montar, e, quando a gente montou a feira, deu até uma brincadeira que alguém falou assim: “Oh, Emir, você sabe que tem que montar um congresso”. Aí começamos a convidar, primeiro o Anastasia, que é um grande ícone para a gente. Ele foi governador, foi senador, hoje ministro do TCU. E ele debate muito as causas das concessões das rodovias. Então, convidamos ele, convidamos o presidente da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). Então, a gente realmente convidou as pessoas que tocam o país no setor rodoviário, ferroviário. E fora isso, como a Aninha já citou, há muitas palestras empresariais, como da Dom Cabral, técnicas. Aí a gente foi construindo, foi convidando cada vez mais gente da mineração. Está vindo a Ana Sanches, da Anglo, a Vale também, com duas palestras maravilhosas, e foi crescendo. Então, tem muito o lado empresarial. A pessoa tem qualquer tema relativo à empresa que ela queira aprofundar, ela tem técnico, empresarial, político, e fizemos tudo isso em uns três dias. 


Ana Carolina Martins: O objetivo da InfraBusiness Expo é gerar negócios, é fomentar negócios. Então, a gente criou também rodadas de negócios. Os expositores estão se inscrevendo, a gente tem as empresas-âncora, e os expositores estão colocando condições especiais nas máquinas, nos equipamentos. E os visitantes estão indo com objetivo de compra. Então, é uma feira de negócios. 


Isso é importante destacar. Você falava de Minas ter a maior malha viária do estado. A gente tem concessões importantes: a 040, 381, 262, Rodoanel, metrô... Enfim, várias obras acontecendo, no próprio Anel Rodoviário. A gente tem uma expectativa de construção de viadutos, reforma do Anel Rodoviário. Minas é um mercado importante para infraestrutura, não?

Emir Cadar Filho: Minas passou tempos tenebrosos na infraestrutura. Hoje nós estamos com 153 mil empregos diretos. Na época de 2014 até 2020, chegamos a ter 50 mil, um terço da nossa geração de emprego. A 381 lançava o edital, dava errado, o que deu certo, a pessoa abandonava; a outra, 040, deu errado; e Minas foi dando errado em várias coisas, sempre com poucos investimentos do Dnit. E isso mudou. De uma vez, foi dando certo, esse tanto de concessão foi dando certo ao mesmo tempo, metrô e com grandes empresas muito boas ganhando os novos contratos. E isso fez toda a diferença. Essas empresas foram e vão performar seus contratos, já estão performando, fazendo o que está lá escrito que é o certo. 

Isso vem trazendo esse boom de obras, e a gente fez uma conta, somando com a mineração, que já é um mercado cativo. Minas Gerais tem esse diferencial dos outros estados, tem a mineração também como um mercado para as construtoras. Porque quem constrói as estradas, as barragens, trens e os caminhos, quem faz a mineração funcionar são as construtoras 70%, minerar é só um ponto da mineração. O resto é estrada. Caminho, alteamento de barragem, e isso é obra de infraestrutura. Então, nós estamos com a expectativa de mais de R$ 100 bilhões em obras de infraestrutura para os próximos sete anos. Minas Gerais, realmente, como nós estamos dizendo, se tornou o epicentro da infraestrutura do Brasil, o que não nos surpreende. Mas chegou o momento.


A feira terá algum diferencial, além de todas as palestras e da exposição de equipamentos?

Emir Cadar Filho: O outro ponto que eu gosto de falar muito da feira, que eu acho que vai ser o grande ponto alto, é o networking. E a feira vai ser assim.