A inadimplência relacionada ao pagamento de aluguel em Minas Gerais registrou alta de 4,45% em julho, o maior valor em 21 meses. O aumento foi de 0,88 ponto percentual em relação ao mês anterior, quando o valor apurado foi de 3,57%.

Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, que monitora a saúde financeira do mercado imobiliário, e marcam a maior taxa já registrada no estado desde que o indicador foi criado em 2023, superando a média nacional de 3,76%.

O endividamento ocorre em meio a um período de preços altos para se alugar imóveis. Em Belo Horizonte, no primeiro semestre de 2025 a alta acumulada foi de 8,59%, de acordo com o Índice FipeZap. A média nacional no período foi de 5,66%. Para o diretor de Negócios da Superlógica, Manoel Gonçalves, a alta recorde reflete a dificuldade das famílias em equilibrar o orçamento. 

“O aumento no atraso dos pagamentos reflete a pressão econômica que impacta diretamente a capacidade de manter compromissos financeiros, como o aluguel”, disse Gonçalves durante o Next 2025, evento do setor de moradia. Ele ainda alertou para a necessidade de monitorar as projeções de inflação e juros, que podem agravar o endividamento familiar nos próximos meses.

Segundo o levantamento, no Sudeste a inadimplência de apartamentos subiu para 2,68%, enquanto a de casas teve uma pequena queda para 3,78%. Já os imóveis comerciais registraram alta, com 4,80% de atrasos no pagamento. No cenário nacional, as faixas de aluguel mais afetadas são distintas. Veja o perfil: 

  • Imóveis residenciais com aluguel acima de R$ 13.000 mantiveram uma alta taxa de inadimplência, chegando a 6,83%;
  • Imóveis residenciais com aluguel de até R$ 1.000 também viram a inadimplência crescer, alcançando 6,14%. 

Para imóveis comerciais, a situação é ainda mais crítica nas faixas de menor valor, conforme o indicador:

  • Aluguéis de até R$ 1.000 tiveram a maior taxa, subindo para 7,98%;
  • A menor taxa de inadimplência foi na faixa de R$ 2.000 a R$ 3.000, com 4,22%.