Na bronca

Aumento previsto para a gasolina e o diesel revolta motoristas em BH

Combustíveis serão reajustados na quinta-feira (1º) devido ao início da vigência de novas alíquotas do ICMS, imposto estadual

Por Alexandre Nascimento
Publicado em 29 de janeiro de 2024 | 19:23
 
 
 
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Muitos motoristas foram pegos de surpresa com a notícia do reajuste previsto nos valores da gasolina, do diesel e do gás de cozinha na quinta-feira (1º), devido ao início da vigência de novas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aprovadas pelos governos estaduais em outubro. No caso da gasolina, o imposto subirá R$ 0,15, chegando em R$ 1,37 por litro. Os postos devem repassar esse reajuste para os consumidores.

O taxista João Cardoso Santos, de 62 anos, não estava sabendo do aumento. “Para mim vai ser pesado porque nós taxistas ficamos seis, sete anos sem aumento salarial. Tivemos apenas um reajuste de 12% em 2022, que foi muito pequeno e significou quase nada nas nossas corridas. E nós já estamos com a tarifa defasada há muito tempo, então para a gente vai impactar, sim. Vai pesar no bolso”, reclamou.

Outro taxista revoltado com o possível reajuste para esta semana no preço da gasolina é Eustáquio Andrade, de 51 anos. “Claro, isso é muito. Não só para mim como para todos. Isso é um absurdo, não pode continuar assim. Eu gasto pelo menos meio tanque num dia de serviço. Se eu rodar bem ou se pegar uma viagem, praticamente é um tanque. E encher o tanque do meu carro custa hoje, mais ou menos, de R$ 280 a R$ 300. E cada dia que passa fica mais difícil, né? Quando vem esse aumento, cai muito o ganho da gente”, explica. 

O reajuste no preço da gasolina também deve impactar bastante a rotina dos motoristas de aplicativo. Será o caso de Felipe de Oliveira, de 31 anos. “Eu já saio de casa com o planejamento de gastar só R$ 100 por dia. E como vai subir o preço da gasolina, acaba que já irei começar a gastar por volta de R$ 120 e eu tenho que, no fim do dia, aumentar a minha carga de trabalho. Então se eu trabalho hoje 10 horas por dia, vou começar a trabalhar 11 ou 12 horas para compensar esse aumento. E sem contar que a gente tem que ficar procurando um posto que (o combustível) está mais barato”, afirma.

Diesel

No caso do diesel, a alta do ICMS será de R$ 0,12, com o imposto chegando a R$ 1,06 por litro. O reajuste levará o preço do diesel S-10 novamente para a faixa acima dos R$ 6 por litro. O valor do combustível já teve um repique no início do ano, com a retomada da cobrança de impostos federais. O caminhoneiro João Carlos Ataíde, de 65 anos, já está preocupado. 

“É complicado porque as empresas não repassam esse reajuste imediatamente para o valor do frete, que vai defasando. Temos que trabalhar mais horas para manter o que a gente ganha ou então ganhar menos. Transporto materiais como minério, areia e brita e cada viagem que faço eu gasto um tanque. E encher um tanque desse aqui custa hoje R$ 3 mil. O reajuste do preço do diesel vai impactar bastante o meu trabalho”, lamentou. 

Gás de cozinha

A alíquota do gás de cozinha foi definida em R$ 1,41 por quilo, com aumento de R$ 0,16 em relação ao valor vigente atualmente. O botijão de 13 quilos, em média, subiria de R$ 100,98 para R$ 103,60, dificultando o desejo do governo de levar esse preço para abaixo dos R$ 100.

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