Repercussão

CDL e ACMinas comemoram nova redução da Selic, mas apontam desafios para 2024

Banco Central anunciou corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros nesta quarta-feira (13)


Publicado em 13 de dezembro de 2023 | 19:09
 
 
 
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As associações que representam o comércio de Belo Horizonte e de Minas Gerais comemoraram a redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, anunciada nesta quarta-feira (13) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Com o quarto corte seguido, a Selic agora está em 11,75% ao ano. 

Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), a nova redução da taxa básica de juros confirma a trajetória positiva do ambiente inflacionário ao longo do ano. Na perspectiva da CDL, a queda da Selic abre caminho para uma recuperação econômica gradual no ano que vem. 

“O Brasil possui grandes oportunidades para 2024, afinal, as empresas mundiais querem diversificar seus fornecedores e reduzir a dependência de países específicos, especialmente aqueles diretamente ligados às tensões geopolíticas. Isso nos traz chances de um reposicionamento nas cadeias globais de suprimentos, aumento dos postos de trabalho, expansão do crédito, das vendas do varejo e aumento da renda, já que o corte nos juros impacta o poder de compra das famílias”, avalia o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

A Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) também aprovou a redução da taxa de juros, mas afirma que o patamar deveria estar abaixo dos atuais 11,75% ao ano. 

“Acredito que ela deveria estar mais baixa. Apesar disso, é importante ressaltar que estamos terminando 2023 melhor do que esperávamos há um ano”, diz José Anchieta da Silva, presidente da ACMinas. “Foco minha análise apenas nas projeções econômicas do Boletim Focus do Banco Central. Há um ano, o mercado esperava um crescimento do PIB abaixo de 1%. Atualmente, as projeções apontam para uma elevação próxima de 3%. Há um ano, esperávamos que a inflação fecharia 2023 perto de 6%. As estimativas atuais indicam algo em torno de 4,5%,” avalia.

Ainda segundo o presidente da ACMminas, a melhora no cenário é explicada pelo “crescimento inesperado da agropecuária no primeiro semestre, a aprovação no Congresso do arcabouço fiscal e a estabilidade dos preços das commodities, especialmente o petróleo”.

A ACMinas também vê desafios ambiciosos para o país em 2024. “A indústria e o comércio apenas andaram de lado em 2023, como vimos nas pesquisas do IBGE. A expectativa de crescimento do PIB para o próximo ano é de apenas 1,5%. Com o juro ainda muito elevado, o investimento privado continua em queda, prejudicando nossa capacidade produtiva. Em suma, o ambiente de negócios continua muito desfavorável para o empresário brasileiro. Precisamos de políticas que destravem a nossa baixa produtividade”.

Indústria mineira

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também avaliou positivamente a decisão do Copom de diminuir a taxa Selic, mas defende que o ciclo de quedas se mantenha por mais tempo. 

"Essa medida segue na direção apropriada, dadas as circunstâncias atuais da economia brasileira, caracterizada por um cenário econômico mais estável, pela resiliência do mercado de trabalho e do consumo e pela desaceleração da inflação. Contudo, a Fiemg reforça a importância de uma redução ainda maior nos juros para impulsionar a atividade econômica do país. A redução em 0,5 ainda é tímida para alavancar a atividade econômica, uma vez que os juros seguem em patamar elevado, o que dificulta o acesso das empresas a crédito e investimentos", diz a federação, em nota.

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