Um em cada cinco consumidores da Coca-Cola no Brasil está em Minas Gerais. E é em Itabirito, região Central do Estado, que a Coca-Cola Femsa inaugurou nesta quinta a maior fábrica da marca no país, que vai produzir até 2,1 bilhões de litros por ano. A unidade vai substituir a antiga planta de Belo Horizonte, com capacidade de produção 50% maior.

Foram investidos US$ 258 milhões (cerca de R$ 800 milhões). A inauguração acontece em um momento de queda nas vendas de refrigerantes no país. No primeiro trimestre, o volume de vendas da Femsa, maior engarrafadora da Coca-Cola no Brasil, caiu 7,7%. No entanto, o CEO do grupo no Brasil, John Santa Maria, acredita no potencial brasileiro, que responde por 38% do mercado da marca. “O consumo pode não estar crescendo em linha reta, mas cresce de forma sustentável”, afirma.

A princípio, funcionarão quatro plantas e, até o fim deste ano, mais duas serão inauguradas. “Começaremos produzindo exclusivamente refrigerantes, mas essa fábrica está preparada para produzir vários outros produtos não gaseificados”, destaca.

A antiga planta, que funcionava no Anel Rodoviário, em Belo Horizonte, foi desativada em abril e, até o fim de 2015, vai ser um centro de distribuição. Lá trabalhavam 530 funcionários. Deste total, 150 foram remanejados para a nova unidade. Os outros 380 foram desligados.

“Na nova planta são 600 empregos diretos, 25% vieram da planta antiga, entre 80 e cem de Itabirito, e o restante, da região metropolitana de Belo Horizonte”, explica o presidente da Coca-Cola Femsa no Brasil, José Ramón Martínez. Segundo ele, além da representatividade do mercado mineiro, as concessões fiscais fornecidas pelo Estado foram determinantes. Sem citar detalhes, ele disse apenas que a empresa recebeu um “bom desconto no ICMS.” No ano passado, a Coca-Cola gerou uma receita de R$ 160 milhões para Minas com esse tributo.

“A partir dessa fábrica teremos outras oportunidades de investimentos para Minas, e isso vai ao encontro da proposta deste governo de diversificar a matriz industrial, que é concentrada na mineração”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Altamir Rosso.

Mercado da Coca

72 milhões
é o total de produtos engarrafados pela Coca-Cola Femsa no Brasil (refrigerantes, sucos, chás, isotônicos, água saborizada, energéticos etc)

14 milhões é o total de consumidores dos produtos em Minas

65 mil m² é o total de área construída da nova planta, que tem capacidade para dobrar de tamanho, em uma segunda fase que ainda não tem data para ser implantada

24 horas
Alta produtividade.
Só garrafas, são 44 mil por hora na planta de Itabirito. Latinhas, são 2.000 por minuto. A fábrica funciona em três turnos, 24 horas por dia, de segunda-feira a sábado.

Empresa estuda investir no segmento de bebidas lácteas

A nova fábrica da Coca-Cola em Minas Gerais pode marcar o início da produção de produtos lácteos da marca no Brasil. O CEO da Coca-Cola Femsa, John Santa Maria, confirmou que a empresa tem o interesse de expandir sua atuação no segmento de leite. “Nós já temos duas companhias de produtos lácteos no Panamá e no México, onde são produzidos iogurtes, queijos, sorvetes e leite saborizado. A princípio, a planta de Itabirito fará só refrigerante, mas tem condição de produzir bebidas não gaseificadas, incluindo leite”, disse.

Santa Maria afirma que os Estados Unidos estão inovando com um leite de alto valor nutricional, com um nível proteico maior. “Pouco a pouco, vamos pensar como entrar nesse mercado”, ressalta Santa Maria.