Entrar e sair do Bairro Buritis é sempre um desafio para os moradores de Belo Horizonte durante os horários de pico. O local mais “vertical” da capital mineira é também aquele com mais registros de compra e venda de imóveis entre 2009 e 2021, aponta pesquisa realizada pela startup Loft. 

No período levantado, o Buritis registrou 17.548 transações, muito por conta do grande número de prédios do bairro. Na vice-liderança, aparece o Bairro Castelo com 11.405.

O Bairro Sagrada Família completa o pódio com 6.219 registros de compra e venda. Conforme o Censo 2010, esse também é o bairro mais populoso da capital mineira. 

Em quarto lugar, aparece o Bairro Santo Antônio com 5.126 transações. O Lourdes fecha o top 5 com 4.941 certidões. 

Para o gerente de dados da Loft Rodger Campos, a liderança do Buritis não tem relação somente ao grande número de prédios.

“Quando a gente olha par ao Buritis, ele tem um dos preços de metro quadrado (de área construída) mais baixos em relação aos outros três bairros. Um dos possíveis canais é essa questão do custo-benefício”, diz.

Segundo Rodger, BH teve uma estagnação na compra e venda de imóveis entre 2009 e 2017. A partir daí, há uma nova alta no mercado, principalmente de apartamentos.

“Têm muitas questões associadas a isso (a baixa de oito anos até 2017). Como a taxa de juros, acesso a crédito e outras questões macroeconômicas e políticas que vivemos no Brasil. Tivemos um período de recessão do mercado imobiliário”, explica o gerente da Loft.

Chama a atenção o fato de que dos cinco bairros com mais registros de compra e venda apenas dois estão na mesma região administrativa: Santo Antônio e Lourdes, ambos no Centro-Sul da cidade. O Sagrada Família está no Leste de BH, o Castelo na Pampulha e o Buritis no Oeste da capital. 

Quando o recorte é feito por apartamentos, a pesquisa mostra que Buritis, Castelo, Lourdes e Ouro Preto (Pampulha) lideram as compras e vendas. No caso desses dois primeiros bairros, a demanda é maior por imóveis mais novos, construídos a partir de 2010, conforme o balanço. 

O quadro se inverte quando se fala do Centro, Sion e Serra, todos bairros da Regional Centro-Sul. Nestes casos, as pessoas procuram por imóveis mais antigos, lançados nas décadas de 1960 e 1970.

Nos anos 80, o bairro que se destaca é o tradicional Sagrada Família, onde também há um número substancial de vendas de imóveis inaugurados a partir de 1990.