As vendas de veículos leves eletrificados bateram novo recorde no Brasil em agosto, com 9.351 emplacamentos - 25% acima do recorde anterior de julho (7.462) e 120% sobre agosto de 2022 (4.249). Em oito meses de 2023, o Brasil emplacou 49.052 eletrificados leves, praticamente o mesmo número de todo o ano anterior (49.245 em 2022) – que já tinha sido recorde. O total da frota de eletrificados leves em circulação no Brasil chegou a 175.491 veículos (janeiro 2012 a agosto 2023). Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Devido a este grande aumento no número de veículos elétricos rodando no país, a ABVE estima que já existem 3.500 eletropostos instalados no Brasil para recarregar a energia desses veículos. E esta questão chegou aos condomínios residenciais.

Em São Paulo, a Lei Municipal nº 17.336, que entrou em vigor em março de 2021, determinou que todos os prédios novos construídos na capital paulista já devem ter estrutura de recarga para veículos elétricos, com as construtoras arcando com os custos. No entanto, é importante ressaltar que ficaram de fora da lei os condomínios resultantes de programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, ou subsidiados com recursos públicos. 

Mas como fica essa questão nos prédios construídos antes da lei entrar em vigor em São Paulo? E aqui em Minas Gerais e em Belo Horizonte, onde não há uma legislação específica sobre a instalação de estrutura para recarregar carros elétricos? Quem deve pagar pelos pontos de recarga?

De acordo com o advogado especialista em direito imobiliário, Kênio Pereira, a falta de uma lei nacional para tratar do tema gera dúvidas e até brigas nos condomínios. Como não há regras, o ideal é tentar um acordo entre os moradores. Caso não haja consenso, os interessados pagam pelo custo.

“É um negócio altamente complexo. Se apenas um morador do edifício quiser essa tecnologia, ele deve pagar por ela. Mas se um prédio tem muitos moradores e se o condomínio quiser, aí já faz um cabeamento geral. Aí, quem comprar carro elétrico puxa a energia para a vaga de estacionamento. Fica mais barato para cada um depois”, explica. 

No caso de instalação de uma estrutura geral no prédio, cada unidade terá sua tomada para recarregar e o gasto individual será repassado pela administradora do condomínio mensalmente, como um acréscimo na cota condominial.

E Kênio Pereira lembra que este tipo de tecnologia valoriza o imóvel, pois o mercado de carros elétricos está em alta no país, com demanda em crescimento por prédios que já tenham este tipo de estrutura.  

Preços dos carregadores de carros elétricos

Existem hoje no Brasil dezenas de empresas especializadas em instalação de estruturas para recarga de carros elétricos, com muitas opções e diversos preços. Este ano, a Intelbras lançou uma linha com seis carregadores domésticos e para empresas, com potência de 3 kW a 22 kW e preços estimados entre R$ 3.200 e R$ 12.000, fora a instalação, que é cobrada pelas revendedoras.  

O mais simples é um carregador portátil de 3 kW, que pode ser levado no porta-malas. Já o carregador Home 7,4 kW é para ser instalado em casa ou em vagas exclusivas num condomínio. Ele pode ficar na parede ou como um totem. A Intelbras permite que ele seja de livre acesso ou que cada morador tenha um cartão para liberar a recarga.

A terceira linha é o carregador City, que pode ser instalado em condomínios e shoppings, e tem potência de 7,4 Kw ou 11 kW. Por fim, há a linha Business, a mais potente da empresa, de 7,4 Kw ou 22 KW.

Pelo aplicativo Intelbras CVE, cada usuário pode ver seu histórico de recargas realizadas e saber qual é a tarifa cobrada no momento. 

Preços estimados dos carregadores veiculares da Intelbras

Mini 3,4 kW: R$ 3.200
Home 7,4 kW: R$ 5.500
City 7,4 kW: R$ 7.000
City 11 kW: R$ 9.000
Business 7,4 kW: R$ 8.500
Business 22 kW: R$ 12.000

Custo da recarga

O custo da recarga varia de acordo com as empresas e com o modelo do veículo. Por exemplo, a Raízen, que administra os postos da Shell, cobra entre R$ 1,90 e R$ 2,10/kWh. 

Com esta tarifa, o valor total para a recarga de um carro com bateria de 50 kWh, como o Peugeot e-2008, fica entre R$ 95 e R$ 105, com capacidade para percorrer uma distância de 300 quilômetros. 

Preços de carros elétricos no Brasil

O Caoa Chery iCar é o carro elétrico mais barato do Brasil, segundo um levantamento feito pela reportagem de O Tempo nesta terça-feira (19). Confira abaixo os cinco veículos com os melhores preços nesse segmento: 

1 - Caoa Cherry I Car - R$ 119.990

2 - JAC E-JS1 - R$ 135.900

3 - Renault Kwid E-tech - R$ 139.990

4 - Byd Dolphin - R$ 149.800

5 - Peugeot e-2008 - R$ 219.990