A inflação em Belo Horizonte foi cinco vezes maior que a média nacional. Em janeiro, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead), a elevação foi de 1,87%, bem superior à alta de 0,32% no país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A tarifa de ônibus foi a vilã da inflação em Belo Horizonte, já que subiu 11,14%.
Na capital, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos –, de janeiro deste ano (1,87%) foi maior que a inflação de igual mês de 2018 (1,70%) e de dezembro do ano passado (0,3%). A coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead, Thaize Martins, frisa que o primeiro mês do ano é marcado por diversas pressões na inflação. “Janeiro é o mês de pagamento de impostos, compra de material escolar, gastos com férias e reajuste na tarifa de ônibus”, diz. De acordo com ela, normalmente, janeiro se destaca como o mês de maior alta na taxa de inflação. Em janeiro de 2017, o IPCA teve elevação de 2,19%. No ano anterior, a variação foi ainda maior: 2,94%.
As excursões também pressionaram a inflação em Belo Horizonte em janeiro, com alta de 27,29%, bem como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com variação de 3,86%. Os alimentos in natura tiveram alta de 7,21% em janeiro de 2019.
Entre as quedas estão a gasolina comum (-2,43%) e o seguro obrigatório (Dpvat), com recuo de 60,85%. E quem gosta de esporte pagou 13,70% a menos para assistir aos jogos em janeiro. O recuo no preço também foi observado para a refeição: -1,07%.
A fundação também calcula o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) – referente às famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos –, que teve alta de 1,77% em janeiro deste ano.
Cesta
Em janeiro, a cesta básica ficou mais cara em 2,29% na capital. Os principais responsáveis pelo aumento do preço, segundo Thaize, foram a carne chã de dentro (9,97%) e o feijão-carioquinha (14,26%).
O valor da cesta ficou em R$ 426,75, o que corresponde a 42,76% do salário mínimo. “É a quarta alta consecutiva, o que significa redução do poder de compra, em especial de quem ganha menos”, diz.
Em 12 meses, a cesta básica ficou 5,47% mais cara em Belo Horizonte, acima da inflação do período (4,76%).
Topo entre regiões metropolitanas
O IBGE considera em seu cálculo de inflação a variação de preço das maiores regiões metropolitanas do Brasil. Nesse quesito, Belo Horizonte e região lideraram o ranking de janeiro deste ano com um IPCA de 0,70%, mais que o dobro da média nacional, de 0,32%. A região metropolitana do Rio de Janeiro ficou em segundo, com variação 0,49%. Em Rio Branco e Goiânia houve deflação, de -0,09% e de -0,17%, respectivamente. (Da redação)
Economia no material escolar
O morador de Belo Horizonte pretende economizar na hora de comprar o material escolar, conforme levantamento da Fundação Ipead. Entre os entrevistados, a maioria (88,89%) informou que pretende adotar alguma estratégia com esse objetivo. O percentual é maior que o computado no ano passado (80%). Entre as estratégias apontadas está pesquisar preços em diferentes estabelecimentos (77,78%) e reutilizar material escolar do ano anterior (71,77%). Para parcelar a compra, a opção de pagamento será o cartão de crédito (25,56%).
Pelo IBGE
Maiores inflações entre regiões metropolitanas:
Belo Horizonte: 0,70%
Rio de Janeiro: 0,49%
Salvador: 0,37%
São Paulo: 0,37%
Belém: 0,30%
Aracaju: 0,29%
Vitória: 0,28%
Recife: 0,27%
Campo Grande: 0,20%
Fortaleza: 0,16%
São Luís: 0,09%
Porto Alegre: 0,08%