Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de preços, em 2020.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta terça-feira, 13, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 2,12% para 2,47%. Há um mês, estava em 1,94%. Foi a nona alta seguida do indicador.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.

A projeção para o índice em 2021 foi de 3,00% para 3,02%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%.

Na última sexta-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de setembro foi de 0,64%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,14%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 2,23% para 2,77%. Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 3,20% para 3,17%.

No caso do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), a previsão dos economistas para a retração da economia passou de 5,02% para 5,03%. Com isso, foi interrompida uma sequência de quatro semanas de melhora no indicador. Para 2021, o mercado continuou projetando uma alta de 3,5%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

A projeção para a Selic no fim de 2021 seguiu em 2,50% ao ano, igual a quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, permaneceu em 5,50%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.

Em setembro, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado”, mas “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.

Em função disso, conforme o BC, “eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 2,00% ao ano, igual a um mês antes. No caso de 2021, permaneceu em 2,00% ao ano, igual a quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 4,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, foi de 4,63% para 4,75%, ante 5,00% de quatro semanas antes.