Pela primeira vez desde o início de 2019, o etanol deixa de ser mais vantajoso do que a gasolina nos postos de combustível de Belo Horizonte e região metropolitana. Isso por causa da dinâmica de preços observada no último mês.
No período, o valor da gasolina nas bombas caiu 1,25%, indo de R$ 4,721 em média a R$ 4,662 em média, enquanto o preço do etanol subiu 0,34%, passando de R$ 3,258 em média a R$ 3,269 em média.
Com isso, a relação de vantagem do álcool contra o derivado do petróleo, que ocorre quando o valor do biocombustível é de até 70% o preço da gasolina, deixou de existir. Os dados são de um levantamento do site Mercado Mineiro, divulgado nesta segunda-feira (17).
Feliciano Abreu, coordenador do portal, afirma que o consumidor precisa ficar atento aos preços praticados nos postos de combustível e tentar sempre calcular a relação entre a gasolina e o etanol.
“Há locais onde o preço ainda está mais vantajoso para abastecer com álcool. Vai depender muito. A dica é fazer a continha, dividir o preço do biocombustível pelo da gasolina, caso o valor seja maior do que 0,7, abasteça com o derivado do petróleo, se for menor, ainda vale mais apostar no etanol”, explica.
O economista ressalta que há grande variação de preço entre as bombas. Na pesquisa, o Mercado Mineiro constatou diferença de 17,65% entre o menor e o maior preço para o etanol, que varia entre R$ 3,114 e 3,699, e 13,39% para a gasolina, cujo litro é encontrado por valores entre R$ 4,497 e R$ 5,099 na capital e arredores.
“A relação entre os combustíveis empatou, mas não quer dizer que o álcool deixa de ser viável. É importante ficar de olho nos preços e tomar a decisão correta na hora de abastecer”, continua Abreu.
Razões
Os aumentos no valor do biocombustível, argumenta o especialista, podem ser explicados por causa de variações no preço da safra de cana de açúcar ou de compensação monetária feita pelos empresários, que aumentam o valor nas bombas neste período devido ao baixo movimento em janeiro.
Contudo, Abreu acredita que a tendência nos próximos meses é que o preço do etanol recue, para não se tornar uma opção inviável ao consumidor.
A queda no preço da gasolina, por outro lado, pode ser explicada por causa da redução de preço nas refinarias, que foram determinadas no final do ano passado, e pela pressão gerada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à diminuição de cobrança do ICMS nos combustíveis.
“Se essa tendência observada nos valores no último mês continuar, vai ser complicado. A esperança é que um combustível faça pressão de redução de preço no outro. Ninguém aguenta pagar R$ 5 na gasolina”, conclui Abreu.
Amostra
O Mercado Mineiro pesquisou preço em 133 postos de combustível em Belo Horizonte e região metropolitana entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano.