Consumidor

Feirão Limpa Nome em BH renegocia dívida com desconto de até 98%

Mutirão que faz a ponte entre devedor e credor funcionará até o dia 30 de novembro

Por Rafaela Mansur
Publicado em 18 de novembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Para quem está com as contas no vermelho e quer começar o ano novo sem pendências, o Feirão Serasa Limpa Nome é uma boa oportunidade. Até 30 de novembro, os consumidores poderão renegociar suas dívidas com empresas como bancos, companhias de telefonia e universidades, que prometem descontos e prazos de pagamento diferenciados. Os acordos são feitos online ou na agência da Serasa na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

“Não somente as dívidas negativadas, mas também as em atraso, podem ser negociadas. Os descontos chegam a 98%, o que é muito bacana para o consumidor”, afirma o gerente da Serasa Consumidor, Thiago Souza. Segundo ele, a negociação é rápida – o interessado deve levar apenas um documento original com foto. “Temos 30 parceiros, e eles já estão plugados nas nossas plataformas. Com o CPF do consumidor, é possível fazer a consulta e visualizar os débitos dele. Em cinco minutos, ele sai com as dívidas negociadas”, explica.

De acordo com estudo da Serasa Experian de setembro de 2019, o Brasil tinha 63,2 milhões de inadimplentes, 3,7% a mais do que no mesmo mês do ano passado. O valor médio da dívida por pessoa era de R$ 3.997. Na capital mineira, eram 928.412 devedores.

A maioria das dívidas (28%) tem relação com setores bancários e de cartão de crédito. As contas básicas, como energia elétrica, água e gás, correspondem a 19% de débitos em atraso. Telefonia e varejo vêm em seguida. “É um processo de educação financeira. As pessoas precisam entender que seus custos fixos e seus ganhos devem ser baseados para que consigam tomar novamente crédito ao mercado, fazer aquisição de novos bens e realizar sonhos. O nome limpo é importante para tudo”, diz Souza.

Demanda

A procura pelo Feirão, iniciado em 4 de novembro, é grande. Em apenas três dias, somente na versão online, 100 mil acordos foram fechados. Na agência da Serasa na capital mineira, havia filas na última semana.

A engenheira Vânia Saliba de Lima, 63, conseguiu um bom negócio: entrou no local com um débito de cerca de R$ 200 mil e saiu com uma proposta de pouco mais de R$ 5.000 em mãos. Proprietária de uma empresa, ela ficou com o nome sujo após deixar de receber de contratantes.

“Fiquei apertada, fui pegando em um banco e outro e, de repente, passei a dever. Com nome sujo não dá para fazer nada, não consigo comprar material a prazo, dificulta muito o trabalho”, conta. “Hoje em dia, está todo mundo endividado, o desemprego está alto, a economia, um caos. Se não tiver uma ajuda como essa, fica difícil”, pontua.

A aposentada Maria Aparecida, 71, emprestou o nome para terceiros, não recebeu e acabou ficando com ele negativado. “Consegui um desconto muito bom. A dívida estava acima de R$ 2.000 e saiu em R$ 170. Agora vou conseguir pagar à vista”, comemora.

A agência da Serasa em Belo Horizonte fica na rua Fernandes Tourinho, 470, na Savassi. Já as negociações online podem ser feitas no site.

Acertar as contas será o principal destino dado ao 13º salário

A maioria dos consumidores de Belo Horizonte (29,91%) vai usar o 13º salário para pagar contas atrasadas e quitar dívidas, como as de cartão de crédito, cheque especial e financiamentos, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead-MG). Poupar para outros fins vem em seguida (20,56%).

“Essa pesquisa começou a ser aplicada em 2016, e pagar dívidas é sempre a opção mais citada pela maioria dos entrevistados. Isso é o mais recomendado para quem possui alguma pendência”, afirma a coordenadora de pesquisas da instituição, Thaize Martins.

Comprar presentes de Natal caiu da quinta posição, em 2018, para a nona, neste ano.

Mesmo quem não tem débitos deve se lembrar dos gastos extras do início do ano, como IPTU, IPVA e material escolar. “Janeiro tem várias cobranças. Muitas pessoas já se estruturam prevendo essas despesas, outras conseguem enquadrá-las no salário fixo mensal ou já pensam na divisão de parcelas dentro do orçamento do mês. É importante ter essa preocupação”, diz Thaize.

Segundo ela, planejamento financeiro é essencial para não começar 2020 no aperto. É preciso ter cuidado especialmente com as taxas de juros do cheque especial e do cartão de crédito. “Quando a pessoa sabe exatamente o que recebe e coloca dentro desse valor todos seus custos e despesas, a conta fecha no fim do mês. O problema é a falta de controle”, explica.

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