Jequitinhonha Alimentos abre nova fábrica em Capelinha

Filho de lavrador, no plantio e capina da cana-de-açúcar, Luiz Carlos Moreira Barbosa, 51, tinha a mesma tarefa do pai. Nos anos 80, foi trabalhar numa exportadora de café, como auxiliar de escritório, em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Foi lá que o fundador da Jequitinhonha Alimentos aprendeu o ofício da classificação e degustação de café. Mas, após oito anos de trabalho, a empresa encerrou as atividades em um momento ruim do mercado de café, e Barbosa teve que arrumar outro emprego – uma indústria de café que também não resistiu à crise. “Eu estava recém-casado e precisando melhorar a renda. Eu e minha esposa, Jucondina, investimos o equivalente a R$ 5.000 e abrimos uma empresa de fundo de quintal, uma torradora, e definimos o nicho de mercado: café torrado e moído na hora, vendido a granel. Compramos as primeiras unidades de moinho, e o café arábica também era comprado na região de Capelinha”, lembra-se, referindo-se ao ano de 1998.

Barbosa desenvolveu um ponto de torra diferenciado e viu que agradou aos clientes. A primeira venda no mês foi de 500 kg de café em Capelinha. Hoje, a Jequitinhonha Alimentos figura entre as 65 maiores indústrias de café do Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).

Aos poucos, além de produzir o café, o objetivo era o de reinvestir parte da renda no próprio negócio em reestruturação e aquisição de máquinas. “Em 2000, começamos numa sede um pouco melhor. Saímos do fundo de quintal e fomos para uma área com mais espaço”, diz.

Atualmente, a Jequitinhonha Alimentos distribui acima de 120 toneladas de café por mês para supermercados e atacadistas, em mais de 3.000 pontos de venda em Minas Gerais espalhados no Vale do Jequitinhonha e nas regiões Norte, leste, Central e Centro-Oeste, além do Vale do Suaçuí. Ao todo, são três marcas de café produzidas: Café Jequitinhonha, Café Sicafé e Café Forte Serra Lima.

Expansão

Com o crescimento do negócio, a Jequitinhonha Alimentos também terá uma sede ampliada em 2020. “É uma fábrica nova em Capelinha com área construída de 4.000 m² em um terreno de 10 mil m². A nova instalação chega com maquinário moderno e totalmente automatizado”, comemora o executivo. Com investimento em torno de R$ 7 milhões em infraestrutura e equipamentos, a previsão de abertura é para o segundo semestre de 2020.

“São 70 funcionários, mas com a nova fábrica a expansão vai demandar 50% de crescimento no número de funcionários em médio prazo, até 2021”, explica. A capacidade instalada da nova indústria é de 500 mil kg de café por mês. Atualmente, são mais de 120 toneladas por mês, e no ano que vem a meta é chegar perto das 200 toneladas. “É uma fábrica para o futuro, quatro vezes mais do que somos hoje. Para não fazer puxado, teremos uma fábrica padronizada para aumentar a produtividade, já prevendo crescimento de mercado. É uma fábrica para os próximos dez a 12 anos, para suportar a demanda pela marca”, informa o empresário.

Empresa investe em marca própria

A Jequitinhonha Alimentos está investindo em marca própria e diversificando o mix de produtos com lançamentos de novas linhas: a azeitonas Jequitinhonha, em embalagem pouch de 300 g, nas versões recheada, fatiada, com ou sem caroço. Na linha matutina a empresa lança o composto lácteo Jequitilac, de 400 g. Além disso, tem capuccino , achocolatado e refresco em dez sabores.

Com isso, Luiz Carlos Moreira Barbosa, diretor-fundador da Jequitinhonha Alimentos, projeta incremento de 300% nas vendas com a diversificação de produtos. O mix da marca própria tem 18 itens, além das três marcas de café produzidas.

Superminas

Participação. A Jequitinhonha Alimentos participa da Superminas pelo segundo ano consecutivo. Com a feira, a empresa cresce de 3% a 4% em volume de negócios.