O leite, um dos produtos mais afetados pelo aumento da inflação nos últimos meses, tem ficado cada vez mais distante da mesa de café dos brasileiros. Em 2022, o preço do item subiu 57% conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgado na última terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O alto preço da bebida láctea é assunto em todos os locais do Brasil. Na fila do banco, dentro do ônibus, nas áreas comuns do prédio, o assunto é o mesmo: o preço altíssimo do litro de leite. Os consumidores que vão até os supermercados podem se deparar com o preço do item nas alturas. Em alguns estabelecimentos, o litro ultrapassa a casa dos R$ 8.
O leite é consumido por muitas pessoas pelo fato de ser uma das fontes de cálcio mais expressivas para o organismo humano. Ele é um mineral essencial para melhorar a estrutura dos ossos e dentes, melhorar a força e contração muscular, auxiliar no processo de coagulação sanguínea e manter o equilíbrio do pH sanguíneo.
Entendendo a importância do cálcio para saúde, e levando em consideração o preço do leite, a nutricionista clínica Elisabeth Chiari Rios Neto explica quais outros alimentos também ricos em cálcio estão mais em conta neste momento.
Segundo Elisabeth, as folhas verdes escuras, como espinafre, couve e acelga, dentre outras, são boas fontes de cálcio. “O suco verde é uma ótima sugestão para substituir o leite, mas as pessoas não podem abrir mão da couve,” deStacou.
Os preços das folhas estão bem mais acessíveis no mercado. O molho da couve, por exemplo, pode ser encontrado em sacolões a partir de R$ 2. Já o espinafre, pode ser comprado, em média, a partir de R$ 3. Pelos mesmos preços é possível achar outras folhas como rúcula, agrião, mostarda e almeirão.
Neste caso, ainda há um benefício maior, pois de acordo com a nutricionista o nosso corpo absorve melhor o cálcio das folhas verdes escuras do que o do leite. “O leite é a fonte de cálcio mais famosa. Mas é preciso pensar na absorção dele no intestino. A absorção do cálcio do leite pelo organismo é de 30%. Já a das folhas verdes escuras, é de 50%,” explicou.
Quem optar por incrementar mais um alimento ao suco, pode fazer o uso do gergelim, como sugere Elisabeth. Apesar de não ter um preço tão convidativo, a semente pode ser comprada no quilo, o que pode sair mais em conta. “Uma ou duas colheres já ajudam muito,” destacou a nutricionista.
Em mercados e sacolões, 100g do gergelim branco pode ser encontrado a partir de R$ 4. A quantidade de cálcio por cada 100g da semente é de 82 mg.
Elisabeth ressalta que, caso as pessoas optem por consumir os alimentos de outras formas, como cozidos por exemplo, devem ficar atentas à preparação da couve e do brócolis. “Eles têm que ser refogados no azeite e cozidos no vapor porque têm uma substância (oxalato) que impede que o cálcio, nessa condição, seja absorvido pelo intestino,” esclarece.
O brócolis é outra dica importante. Em 100g do vegetal cozido tem cerca de 42 mg de cálcio. O preço do item também está mais interessante para o consumidor, que já encontra
a unidade por cerca de R$ 5.
Outra sugestão da nutricionista é a sardinha em lata. Aquela mesmo que a gente encontra nas prateleiras do supermercado. “É só ter o cuidado de comprar aquela que é conservada em óleo e descartar o óleo. Em uma lata, temos 219 mg de cálcio,” destacou Elisabeth.
Os preços da sardinha em lata nos supermercados variam bastante de acordo com as marcas do produto. Mas, em geral, é possível achar o item, de 125g, a partir de R$ 5.
A nutricionista ressalta que é preciso ter equilíbrio no consumo dos alimentos ricos em cálcio, uma vez que é “a sinergia entre eles, ao longo do dia, que vai favorecer a absorção do cálcio e fazer com que ele desempenhe as funções no corpo.”
Ela ainda revela que “o excesso de proteína e de sódio na dieta, proveniente de alimentos industrializados, pode aumentar a eliminação do cálcio via urina,” destacou. O ideal é consumir a quantidade nutricional indicada para cada pessoa.