A Marisa fechará 91 lojas no Brasil ao longo de 2023, segundo comunicou aos acionistas nesta semana. Em 2022, ela já havia encerrado as operações em outras dez. O fechamento ocorre em um momento de crise na varejista — credores pedem que ela decrete falência devido a uma dívidas de R$ 709 milhões.
A empresa afirma que o fechamento de lojas faz parte de sua reestruturação. As unidades encerradas, segundo ela, contribuem menos que as demais para o faturamento. A reportagem questionou a empresa se há planos de fechar lojas em Minas Gerais e aguarda retorno.
No final de março, a Marisa tinha 330 lojas e deve chegar ao final do ano com menos de 300. Os fechamentos garantirão aumento de R$ 62 milhões nos lucros anuais da companhia, calcula a empresa. Em seu comunicado aos acionistas, o diretor-presidente da empresa, João Pinheiro Nogueira Batista, não cita diretamente o impasse do governo com as varejistas chinesas Shein e Shopee, que expandem as operações no Brasil.
Mas ele menciona a política tributária do país. “Estamos acompanhando de perto a evolução das iniciativas do governo federal para o setor de varejo no Brasil, que objetivam coibir a concorrência desleal e restabelecer a isonomia tributária”, diz. O faturamento das lojas físicas cresceu 5% no primeiro trimestre de 2023, comparado ao mesmo período de 2022. Já os canais digitais da Marisa tiveram queda de 32,5%. A participação do digital no faturamento do varejo passou para 7,3% versus 11,9% no ano anterior.