Gigante da Pampulha

Mineirão movimentou R$ 1,1 bilhão na economia de MG em 2022, aponta Ipead

O estádio recebeu um público de quase 3 milhões de pessoas em 2022, sendo dois terços para jogos e um terço para eventos


Publicado em 09 de outubro de 2023 | 15:52
 
 
 
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Os jogos, shows e eventos no Mineirão promoveram a injeção de R$ 963 milhões na economia de Minas Gerais em 2022, segundo um novo estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas (Ipead), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Foram R$ 575 milhões com os 55 jogos de futebol no ano e R$ 388 milhões com os 152 eventos culturais, corporativos, feiras e shows no estádio. 

O Gigante da Pampulha recebeu um público de quase 3 milhões de pessoas em 2022, sendo dois terços para jogos e um terço para eventos. 

“O ano de 2022 foi, sem dúvida, o melhor ano do Mineirão desde a reforma. Foi a primeira vez que Cruzeiro e Atlético escolheram o Mineirão como casa para toda a temporada. Paralelamente, com diálogo e planejamento, conseguimos ocupar a capacidade ociosa do estádio com shows e eventos”, ressalta o diretor do Mineirão, Samuel Lloyd. 

O Ipead também calculou o resultado dos gastos e dos investimentos nas cadeias produtivas ligadas ao Mineirão, além do valor movimentado no estádio e no entorno. A partir das simulações de um modelo econômico do instituto, o impacto sobre a economia de Minas Gerais é ainda maior: R$ 1,160 bilhão.

Gastos dos frequentadores no Mineirão e no entorno

A pesquisa do Ipead mostra que para cada R$ 1 gasto no Mineirão com ingressos, alimentos, bebidas e estacionamento em dias de jogos, R$ 3,97 são despendidos fora do estádio. 

No caso dos eventos sociais, os gastos do lado de fora do Gigante da Pampulha chegam a R$ 2,67. No geral, para todos os eventos pesquisados, o valor é de R$ 3,35 fora do Mineirão para cada R$ 1 gasto dos portões para dentro.

Os setores impactados fora da arena incluem serviços de hospedagem, alimentação, transporte, entre outras atividades. 

Arrecadação de impostos

A atividade econômica impulsionada pelos eventos no Mineirão gerou R$ 61,5 milhões em impostos em Minas Gerais. 

Desse montante, o governo estadual teria arrecadado R$ 15,7 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), enquanto a Prefeitura de Belo Horizonte  arrecadaria R$ 39 milhões em Imposto sobre Serviço (ISS).

Em termos gerais, considerando todos os eventos, o impacto total sobre o PIB de BH seria de 0,77% e de 0,14% em Minas Gerais. 

Geração de empregos

O levantamento do Ipead mostra ainda o impacto do Mineirão na geração de empregos. Os eventos no estádio em 2022 geraram 7.232 postos de trabalho no Estado, sendo 6.984 em Belo Horizonte, o que representaria 0,63% dos empregos na capital. 

Só em BH, as rendas de salários gerados somam R$ 350 milhões. Do total de ocupações geradas, 59% se deram pelos jogos de futebol e 41% por eventos sociais. 

Perfil do público

Existe uma predominância de homens nos eventos do tipo feira de veículos (90%) e jogos de futebol (73%) e de mulheres nos eventos sociais (51%) e shows (53,4%). 

Notou-se ainda que a maioria dos frequentadores do Mineirão tem entre 25 e 44 anos, com exceção das feiras, cuja maioria se encontra na faixa de 45 a 59 anos (38,50%). 

Esses dados foram obtidos por meio de pesquisas realizadas com o público presente nos eventos.

Eficiência 

É a segunda vez que o Ipead elabora um estudo para calcular o impacto do Mineirão na economia. Em 2019, num cenário de pré-pandemia, o instituto verificou que o estádio foi responsável por movimentar R$ 662 milhões na economia mineira. 

A comparação entre os dois levantamentos ainda está sendo elaborada pelos pesquisadores, visando uma correção para valores presentes, mas já é possível avaliar a eficiência da operação do Mineirão ao longo do tempo. 

“Ao tratar e comparar os números de 2019 com os números de 2022, utilizando técnicas e metodologias específicas, foi possível constatar que o Mineirão ampliou sua eficiência como equipamento multiuso de apoio à cultura do entretenimento. O Mineirão entregou shows e jogos a um público consideravelmente maior, ao mesmo tempo em que conseguiu viabilizar redução no custo do acesso ao entretenimento na arena”, explica Renato Mogiz, superintendente geral do Ipead.

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