Na busca pela expansão de moradias no centro de Belo Horizonte, uma alternativa defendida pelo mercado imobiliário e pela prefeitura é promover um retrofit nos imóveis da região — uma reforma de prédios antigos a fim de modernizá-los. Um dos mecanismos desse tipo de reforma é transformar apartamentos grandes, nos formatos tradicionais do centro, em unidades menores para comportar mais moradores. A última alteração do Plano Diretor da capital, que entrou em vigor em 2020, prevê o retrofit.
Dentre os pontos previstos na regra atual, que norteia o desenvolvimento da cidade para a adaptação nos imóveis, estão a redução da exigência de vagas de garagem e dos critérios de iluminação e ventilação das unidades. Isso é necessário, segundo a PBH, porque os padrões exigidos para as edificações em geral dificilmente conseguem ser alcançados na adaptação das construções muito antigas.
Essas condições, entretanto, ainda são insuficientes, avaliam representantes do mercado imobiliário. O Executivo trabalha, junto à Câmara Municipal, na construção de projetos de Lei que possam incrementar o Plano Diretor. “Em que pese as condições já previstas no Plano, reconhece-se a necessidade de avanço no sentido de aprimorar a normativa existente”, informou a PBH, citando possíveis alterações nas regras para viabilizar o retrofit.
A possibilidade de alterações é vista com bons olhos no segmento imobiliário, que pede investimentos em conjunto para melhorar questões como mobilidade, segurança e questões sociais. “Esses apartamentos gigantescos de 200, 220 m² não se adequam mais à nova realidade. As famílias de hoje são menores. Obviamente, é preciso um estudo para não ficar super ofertado e comprometer o investimento feito. Mas é uma opção maravilhosa ter apartamentos menores e mais acessíveis do ponto de vista financeiro”, opina Flávia Vieira, vice-presidente de Administradoras de Imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas (CMI-Secovi).