O número de centros de reprodução humana assistida no Brasil saltou de 166 em 2020 para 192 em 2023, um aumento de 14,4%. E é cada vez maior o número de mulheres que recorrem ao procedimento, em busca de maior liberdade para decidir quando (e se querem) ser mães.
Segundo dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), aumentou em 10% as pacientes, até 35 anos, que optaram pela técnica entre os anos de 2021 e 2022.
Tire todas as suas dúvidas sobre o congelamento de óvulos:
- O que é o congelamento de óvulos?
Procedimento de reprodução assistida que consiste no congelamento de gametas femininos a -196°C. Eles podem ficar congelados por diversos anos. Quando descongelados, são fecundados em laboratório (fertilização in vitro) e inseridos no útero da mulher.
- Como é feito?
A paciente recebe injeções de hormônio para estimular a ovulação, para que os folículos, que ficam no ovário, liberem mais óvulos que o normal (isso pode demorar cerca de 10 a 11 dias). A mulher é submetida a ultrassons para rastrear a ovulação e indicar o dia ideal para a coleta. Depois, a coleta acontece em ambiente cirúrgico com a paciente sedada. O procedimento dura cerca de 20 minutos.
- Dói?
O procedimento em si é feito com sedação e não causa dor. Durante o processo de aplicação das injeções, no entanto, pacientes relatam efeitos colaterais e desconforto abdominal.
- Quanto custa?
O procedimento custa, em média, R$ 15 mil. Para manutenção dos gametas no “freezer”, é paga uma mensalidade de cerca de R$ 90. Os valores dependem de cada clínica.
- Por quanto tempo pode ficar congelado?
O óvulo pode ser congelado por décadas.
- Qual a idade ideal para congelar?
O ideal é que se congele no auge da capacidade reprodutiva, para ter mais chances de óvulos saudáveis. Especialistas pedem que se procure uma clínica até os 34 anos.
- É possível congelar pelo SUS?
No geral, procedimentos de reprodução assistida são oferecidos pelo SUS. Mas o congelamento de óvulos é limitado a poucos hospitais públicos.
- Plano de saúde cobre?
O congelamento não consta no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), portanto os planos não estão obrigados a cobrir. Porém, existem exceções e alguns tipos de planos podem oferecer. Além disso, há casos de decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em favor de pacientes oncológicas, obrigando operadoras de plano de saúde a custear o congelamento de óvulos para preservar a fertilidade.
Fontes: Especialistas, SUS e ANS