O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu abrir uma investigação nesta sexta-feira (9) para apurar a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu candidato a vice, general Braga Netto. Eles são acusados de usar os eventos do 7 de Setembro para promover campanha eleitoral.
O ministro é corregedor-geral eleitoral e determinou que os dois sejam chamados para apresentar defesa no prazo de 5 dias. "Em primeira análise, a petição inicial preenche os requisitos de admissibilidade", afirmou.
A decisão foi tomada na ação de investigação apresentada pelo PDT, cujo candidato à Presidência é Ciro Gomes. A sigla acionou o TSE um dia após as manifestações do Bicentenário da Independência, que reuniram apoiadores do presidente com cartazes falando de golpe e intervenção militar.
O PDT apontou abuso de poder político e econômico no desfile cívico-militar com uso de dinheiro público “apenas para satisfazer os interesses da campanha eleitoral”.
Reunião com embaixadores
A chapa de Bolsonaro e Braga Netto também é acusada pelo PDT de abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação no encontro do presidente com embaixadores, realizado em julho. Na ocasião, o mandatário voltou a criticar e desacreditar o sistema eleitoral.
O ministro do TSE já abriu prazo para que eles se manifestem na ação. Quanto aos vídeos da reunião foram removidos das redes sociais do presidente e também da TV Brasil, por determinação do antigo corregedor - confirmada pelo plenário.
No Supremo Tribunal Federal (STF), uma decisão da ministra Rosa Weber determinou que a investigação sobre o caso será supervisionada pela Corte. Isso acontece depois que a Procuradoria-Geral da República indicou não haver indícios suficientes para abrir apuração.
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