A Academia Mineira de Letras, em parceria com o movimento feminista mineiro Quem Ama Não Mata, realiza mais um “Sábados Feministas”, dessa vez, sob o tema “Poesia & Feminismo: Um debate-sarau sobre a poética das mulheres. Participam as poetisas convidadas Beth Fleury, Lúcia Afonso, Sonia Queiroz & Thais Guimarães. O evento é neste sábado (21), às 10h, com abertura de portões 30 minutos antes. A entrada franca e com acessibilidade em Libras.
Desde as suas origens, há 40 anos, o Movimento Quem Ama Não Mata traz uma relação profunda com a Poesia. “Tanto que, no Ato Público da Igreja São José, em 1980, o Manifesto das Mineiras começava com uma poesia anônima da Idade Média e duas manifestantes interpretaram poemas criados para o evento nas escadarias da igreja. Além da participação de Adélia Prado, que tinha recém-lançado o livro "Bagagem", em 1976”, recorda a jornalista e doutora em Letras, pela UFMG, Mirian Chrystus, coordenadora e criadora do movimento.
Beth Fleury, Lúcia Afonso, Sonia Queiroz & Thais Guimarães têm em comum o gosto pela poesia desde a infância e também a indignação com as injustiças sociais, transformada em sensíveis e subversivos versos.
De fato, a descoberta do feminismo veio entrelaçada a questões provocadas pela ditadura militar, a censura e os movimentos de resistência. Mas também a desigualdade entre homens e mulheres, percebida na formação que determina a diferenciação de papeis sociais entre meninos e meninas, moças e rapazes. Na década 1980, a violência contra as mulheres foi sentida e enfrentada como em sílabas literárias rimadas: "uma causa urgente", de caráter insurgente, em pautas cotidianamente intransigentes.
O debate acontece no âmbito do projeto “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 235925)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura, e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e seiscentos médicos cooperados e colaboradores.