“Fé para o Impossível” chega nesta quinta-feira (20) aos cinemas na esteira de vários filmes evangélicos lançados recentemente no mercado americano. Com Dan Stulbach e Vanessa Giácomo no elenco, a produção brasileira é baseada num caso real, sobre a mulher de um pastor que sobrevive a um grave acidente a partir da fé dos familiares e do poder da oração.
“É um filme sobre superação, acima de tudo. É um filme que fala de fé, seja ela qual for. Eu acho que abraça a todos. É bonito, com vários recados ali. Acho que as pessoas vão sair questionando muitas coisas da vida, sabe?”, registra Vanessa Giácomo, ao ser indagada sobre como definiria o filme – evangélico, religioso ou história de superação?
“É um filme de fé. Assim, quando você me pergunta se é evangélico, de religião... eu acho que tudo é bem-vindo. É um filme mais de superação e fé do que de religião. Mas sim, é um nicho, se a gente pode dizer esse termo”, pondera Stulbach. A direção é de Ernani Nunes, que já havia feito filme de temática semelhante, com “No Ritmo da Fé”, em 2023.
Vanessa destaca o caráter popular do longa, sobre uma “história que a gente quer que as pessoas entendam e se conectem com ela”. Para a atriz, o filme “fala sobre tantas coisas ou sobre algo que a gente nem sabe o que é, né? Mas, com certeza, vai levar muitas pessoas que, de repente, não têm o hábito de ir ao cinema. E isso vai ser bom, porque também abre o mercado”.
Stulbach conta que só se encontrou com o personagem real, Philip Murdoch, no set. “Mas isso foi uma questão até da direção mesmo, para nos dar asas e mais liberdade. A gente vive a história que eles viveram, de uma maneira artística, evidentemente, mas não houve uma preocupação de sermos aquelas pessoas, sabe?”, assinala o ator.
Intérprete da médica que acompanha a internação da protagonista, Juliana Alves observa que, apesar de os personagens principais serem de uma família evangélica, eles poderiam pertencer a qualquer religião. "A fé desse personagem não é melhor do que as outras fés, porque essa superação é fruto da fé em si e não de uma religião específica", comenta.
Ela acredita que os espectadores, de maneira geral, poderão se identificar "com esse movimento interno de fortalecer a sua fé e iluminá-la cada vez mais, de querer que as pessoas ao seu redor também se iluminem com essa fé. Isso é muito inspirador, independentemente de qualquer coisa. Sem falar no drama familiar que a história conta", analisa Juliana.
Ernani Nunes afirma que o cinema do país ignorou, por muito tempo, a fé dos brasileiros. "Existia um preconceito quando se falava disso. Quando retratavam isso, era de forma muito panfletária. Agora tudo isso está sendo externado de forma mais natural, mais espontânea. Se os personagens fossem de uma religião afro ou espírita, seriam retratados da mesma forma".
Juliana complementa que, por hoje haver um nicho de mercado para esses filmes, as oportunidades e os investimentos surgem com maior facilidade. "Como artistas, a gente torce pela arte de maneira geral, para que as oportunidades venham. Antes a gente tinha uma carência de criadores com conhecimento de causa sobre esses tipos de narrativa", avalia.