O poeta e realizador de obras audiovisuais Marcus Nascimento lança, nesta sexta-feira (7), às 19h, no Cannibais Bar, seu mais recente trabalho, “Corpo 12”, obra em formato livre composta por 12 videopoemas (ou poemas cinéticos) que tematizam a presença e a interação do corpo humano com o meio urbano.
Estruturados na forma e na estética de cartazes lambe-lambe, os videopoemas serão apresentados através de um processo semelhante à exposição desses antigos anúncios: afixados/projetados em espaço público e aberto - no caso, a fachada do Cannibals Bar.
“Corpo 12” se estrutura em torno de 12 poemas cinéticos que tematizam a expressividade do corpo humano, transitando pelo universo da sensorialidade e da memória, esquadrinhando suas funcionalidades e fisiologia e articulando os sistemas psicomotores do organismo humano com a performance de sujeitos sociais no meio urbano.
Decompondo o título do projeto, temos que “corpo” é uma unidade de medida em tipografia que se refere à altura da letra x minúscula, e “12" é uma expressão tipográfica que se refere ao tamanho da fonte utilizada em um texto, assim como a soma dos poemas escolhidos para compor o trabalho.
Segundo o artista, o projeto “Corpo 12” surgiu da seguinte indagação: “Por que a rua não é mais o espaço de convivência que já foi um dia?” Marcus Nascimento observa que os espaços preferenciais de interação social passaram a ser, desde o início do século 21, as grandes plataformas, como Instagram, TikTok, X (ex-Twitter) e Facebook.
“A hiperconectividade passa a moldar e determinar a virtualização das relações e do próprio corpo. Mas antes do advento da internet, da emergência das redes sociais e plataformas de conteúdo virtual, em algum momento do século XX, a rua já havia deixado de ser uma extensão da casa, da troca e compartilhamento de experiências e afetos, e se tornado apenas um lugar de passagem - ou um não-lugar, ao menos para certos estratos populacionais”, aponta.
Com poemas e roteiros dos vídeos assinados por Marcus Nascimento, “Corpo 12” foi realizado com a colaboração de conhecidos artistas da cena belo-horizontina: Aggeo Simões (edição), Maurizio Manzo (cartazes e design gráfico), Lucas Miranda (trilha sonora e efeitos), Nélio Costa (projeção). A Produção ficou por conta de Patrícia Barreto
A banda sonora de “Corpo 12” conta com a participação do Coletivoz Sarau de Periferia, que adiciona leituras dos 12 videopoemas. O grupo é formado por artistas oriundos de periferias, favelas e ocupações culturais que há treze anos produz e divulga a literatura marginal belo-horizontina.
O projeto “Corpo 12” dá continuidade aos trabalhos anteriores do poeta e realizador e seus parceiros de criação, no que tange a experimentação de linguagens, o que pode ser observado em produções como “Furor na íris” (contos, 2007), “Álbum de poeminhas” (poemas, 2014), “If” e “Memória” (1998) e “Conto cego” (2007), videopoemas.
Um dos fundadores da produtora Emvideo, Marcus Nascimento dirigiu/escreveu e assinou roteiros de diversos vídeos e curtas, entre os quais “O Doido no Portão”, “Os Contratadores”, “O Caminho de Guermantes”, “18 Km”, “Horas Mortas”, “Cemitério do Peixe”, “Marés de Águas Mortas”, “Writing With (a) Parker” e “Fale Com Elas’.
Posteriormente, “Corpo 12” será hospedado no Youtube e disponibilizado para os usuários da rede.
Serviço
"Corpo 12" - Exibição nesta exta-feira, a partir de 19 horas, na fachada do Cannibals Bar (Av. Carandaí, 761 – Santa Efigênia). Apresentação aberta ao público